Aos poucos o comércio vai retomando as atividades. Em Goiás, isso já é uma realidade, e em muitas regiões do país também. É a hora de retomar o consumo como ocorria antes da pandemia? Em entrevista ao Tom Maior desta quinta-feira (23), o mestre e professor em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, contextualizou historicamente esse fenômeno chamado consumismo.

“No pós-guerra até a década de 1960, a gente tem uma fase de consolidação do consumo, e passa a ter consumo como mais um estilo de vida. A gente tem um tempo de certa prosperidade, e a partir daí as classes começam a se consolidar através do consumo”, esclarece.

Desde então, a felicidade tem sido ligada ao consumo. Mas não apenas isso. Houve o surgimento do hiperconsumo, em que é possível comprar qualquer coisa, em qualquer lugar, a todo instante.

“De 1970 até os dias atuais, a gente tem a fase do hiperconsumo, que vem com uma pegada de individualização do consumo, não tem a ver com as classes sociais. Tem a ver com a minha experiência. A gente não vai consumir algo, e sim experimentar alguma coisa. A experiência de fazer uma viagem, ir a um restaurante, enfim”, avalia.

Segundo Ongaratto, durante a pandemia, mesmo em casa, houve a necessidade do consumo durante o isolamento social. O economista explica que, em vez de potencializar esse comportamento, é hora de mostrar às crianças o que realmente é essencial.

“As pessoas dentro de casa querendo consumir a qualquer custo, porque tirou-se o consumo de fora de casa. Seria qualquer viagem, ou ir ao shopping, a uma loja, bar, restaurante, há uma pressão muito grande para consumir. Não é o momento agora de refletir sobre esse comportamento?”, questiona.

Assista a entrevista na íntegra a seguir