Mesmo com o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, os números em relação a acidentes de trânsito seguem aumentando. Só no período de setembro a outubro, os benefícios concedidos para ocorrências envolvendo mortes aumentaram 8%.

Em entrevista ao Sagres em Tom Maior #143 desta terça-feira (17), o secretário municipal de Trânsito, Horácio Mello, o alto índice de mortes e acidentes nas vias do país se deve a uma questão comportamental, e que a preocupação do brasileiro no trânsito não é a mesma que com enfermidades como a Covid-19, por exemplo.

“É lamentável, mas é um fato de uma cultura nacional que não é de hoje e que estamos trabalhando aqui diariamente para tentar mudar comportamentos, debater comportamentos. Quando a gente fala em números, em vários brasileiros mortos, fica parecendo mais uma estatística, morreram números. E no momento em que estamos discutindo pandemia, cuidados com a saúde, isolamento, pessoas que estão inclusive perdendo emprego para garantir a saúde, de ter que ficar em casa, a gente vê que no trânsito não existe esse mesmo cuidado, essa mesma tensão”, analisa.

Horácio Mello no STM #143 (Foto: Sagres TV)

Estatísticas da Seguradora Líder, administradora do consórcio que gere o seguro DPVAT, mostram que entre janeiro e outubro deste ano, já foram pagas 27.839 indenizações a beneficiários de vítias fatais de acidentes de trânsito. Para o titular da SMT, países onde a educação no trânsito é prioridade possuem menos acidentes.

“O Brasil é um país onde tem um povo cortês, um povo caloroso, que recebe bem, mas quando vamos nos debruçar sobre os pontos das estatísticas de acidentes de trânsito, é estatística de terceiro mundo mesmo. Precisamos avançar nisso urgentemente. O que a SMT tem feito é procurado implantar projetos de trânsito para a cidade que busquem essa evolução de comportamento conceitual”, avalia.

Um dos exemplos aplicados em Goiânia é o motobox, um espaço próximo à faixa de pedestres destinado exclusivamente a motociclistas em locais onde há semáforo, e que já existe em Aparecida, por exemplo.

“São essas medidas que, sem varinha de condão e sem acreditar em mágica, acumuladas tendem, e a gente acredita nisso, tem que ser otimista, a mudar o comportamento do goianiense, do goiano e do brasileiro”, analisa.

Confira a entrevista na íntegra a seguir