O empate do Atlético com o Santos no último sábado (01), por 1 a 1, no Estádio Olímpico, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, foi um resultado que não agradou em nada a torcida. O Dragão até saiu à frente no placar e teve, pelo menos, duas chances claras para ampliar, mas segue tendo a finalização como um dos defeitos mais graves do time até aqui. Mesmo jogando com um a menos desde o começo do segundo tempo (Jorginho foi expulso aos 6 minutos), a equipe rubro-negra se segurou, mas viu o Santos empatar em um chute de fora da área.
Com o empate, o Atlético perdeu a chance de deixar a lanterna da competição (de 11, o time só não esteve em uma rodada no último lugar), e tentar mostrar um poder de reação, já que na próxima rodada encara o Vitória em confronto direto na zona de rebaixamento. Após o término da partida alguns torcedores começaram a fazer protestos por conta da situação ruim vivida pelo time nesta Série A (de 11 partidas, o Atlético conseguiu apenas duas vitórias. Fora de casa segue sem pontuar). O diretor de futebol e vice-presidente executivo, Adson Batista, que estava na tribuna do estádio, não ficou nada feliz com o que escutou da torcida e desabafou, de forma exclusiva, com o repórter Pedro Henrique Geninho, da Rádio 730.
“Eu não posso aceitar o que alguns torcedores do Atlético pensam porque é uma torcida que não vem no campo, eu não gosto de falar da torcida do Atlético porque eu respeito quem vem. Falaram um monte de coisas hoje, não tenho nem coragem de repetir, sou um cara que tem caráter. Mas tudo bem, vai cansando e uma hora eles terão as formas que eles querem porque não respeitam ninguém, nem eu, nem o Jovair. É uma torcida só de cobrança, não vibra, não empurra, não apoia o time”, declarou.
Confira abaixo a entrevista completa de Adson Batista:
Você está cansando?
– Vai ter hora para tudo, sou homem de posição. Hoje teve uns idiotas aqui que são uma piada, jogou rádio dentro do campo para prejudicar o time. Veste a camisa do Atlético, mas parece que torce é para o Goiás. Só fala merda, não reconhece, não respeita história, caráter de ninguém. Sou ser humano, vai cansando. Essa torcida do Atlético é uma piada, volto a dizer, tem muitos que vem sempre e eu preciso respeitar, mas a maioria é mentira, torcida de rede social. Eu contrato jogadores dentro do que podemos pagar, hoje a responsabilidade é grande, mas eles não entendem isso, querem Pelé, Garrincha, é sonhador pensar desta forma.
A cobrança em cima de você está sendo injusta?
– Eu vivo o Atlético, criei amor pelo clube, mas as pessoas não entendem isso, só querem denegrir a imagem da gente, crucificar porque aí as coisas estão funcionando. O problema é que fazemos milagres no Atlético, temos limitações, somos pequenos demais na Série A. Como seremos grandes um dia? Superando essas adversidades, chegando em 2019 permanecendo na Série A para que consigamos ter uma distribuição mais igualitária. Mas algumas pessoas não entendem isso, só posso dizer que tenho o meu valor, este período que estamos aí conseguimos vários títulos, algo que antes ninguém tinha conseguido, mas eu não quero confete, só quero que me respeite.
Hoje, quem está te ajudando dentro do Atlético?
– Temos poucas pessoas, o Jovair é uma pessoa muito presente que vive o clube. O Maurício (Sampaio) é um cara fantástico, mas ele tem algumas limitações pelo momento que vive. Todo mundo sabe qual é a nossa realidade, as vezes não falamos muita coisa para não expor a instituição. Mas o Atlético tem como prioridade pagar suas contas, respeitar o orçamento. Claro que gostaria de contratar jogadores e pagar R$100, R$200 mil. O futebol está muito caro, é fora da realidade, a cobrança no Atlético é fora da realidade. As pessoas não tem noção de nada. Vivo o clube intensamente e quando nada dá certo tem um alvo, e esse alvo sou eu. Estou no Atlético porque eu quero, mas muitas pessoas não respeitam história, caráter e temos que escutar coisas que não deveríamos. Amo o que eu faço, é futebol, mas não mereço escutar certas coisas.
Você acredita neste grupo?
– Eu ainda acredito no grupo, acredito no Doriva, acredito que uma hora tem que virar. É muita coisa ruim para um clube que trabalha o tempo todo e de maneira tão séria.