O país do futebol viveu mais um capítulo lamentável de racismo na noite de quinta-feira, e ao que parece, dessa vez, algumas medidas serão tomadas. Depois do goleiro Aranha ter sido chamado de “macaco” por alguns torcedores gremistas na Arena do Grêmio e ter esbravejado contra a situação, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva entrou em ação e suspendeu a partida de volta entre as equipes, pela Copa do Brasil, que seria realizada na quarta-feira, na Vila Belmiro.

O presidente do STJD, Caio César, foi quem confirmou a suspensão, atendendo pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva, que é comandada pelo procurado Paulo Schmitt, que fez a denúncia. O clube gaúcho deve ser enquadrado no artigo 234-G do CBJD, que corresponde a ato discriminatório, e pode levar multa de até R$100 mil. A tendência, no momento, é que o clube seja até excluído da competição nacional.

Ao lado do time gaúcho, está o fato de 10 pessoas já terem sido identificadas graças as câmeras da Arena e o clube já estar tomando providencias: dois deles, que eram sócios, foram excluídos, enquanto que os outros oito não poderão mais entrar no estádio. O julgamento do caso deve ser realizado já na próxima semana e o clube gaúcho tentará se isentar da atitude.

No jogo de quinta-feira, o jogo se encaminhava para o final quando um grupo de torcedores atrás do gol defendido por Aranha começou a insulta-lo. Ao ouvir os gritos de “macaco” e até sons reproduzidos pelos torcedores, o goleiro se revoltou, pediu para as câmeras de TV filmarem o grupo e parou a partida pedindo uma atitude do árbitro goiano Wilton Pereira Sampaio, que no momento, nada fez. Depois, em um adendo da súmula, Wilton relatou o caso.

Nesta sexta-feira, em posse das imagens de algumas pessoas, o goleiro entrou com boletim de ocorrência e promete que a situação não passará impune. Na partida, o Santos venceu por 2 a 0 e poderia até perder por um gol na volta que estaria classificado para as quartas de final. Agora, o classificado só sairá após o julgamento.