A pandemia do novo coronavírus deixou mais de 194 mil mortos em todo no mundo. Já são mais de 2.790.000 pessoas infectadas com o vírus que atualmente está se disseminando mais rapidamente fora do país onde surgiram os primeiros casos. Diante deste cenário, o Debate Super Sábado (25) desta semana conversou com o moçambicano, pesquisador, epidemiologista molecular, especialista em Zoonoses e residente em Maputo, capital de Moçambique, Osvaldo Frederico Inlamea; o jogador do Istanbulspor na Turquia, Wellington Nascimento; e o designer e cantor evangélico Samuel Oliveira, nos EUA.

O número de casos de infeção pelo novo coronavírus registados oficialmente em Moçambique é de 65, segundo o Ministério da Saúde, sem haver registo de mortes. Para o pesquisador Osvaldo Frederico Inlamea, a pandemia em Moçambique é um desafio. “As medidas de contenção são dificeis de implementar, porque a pessoas estão habituadas em estarem nas ruas, em comunhão e ter um dia-a-dia mais tranquilo”, afirmou.

Osvaldo, ainda, deu detalhes de como está a situação da pandemia por toda África. “Os casos começaram por volta do final de fevereiro e foi se alastrando pelo estado do Egito, depos Marrocos. Atualmente o país mais afetado é a República da África do Sul, que fica bem próximo de Maçambique. Muitos países tem atualmente tomado medidas de prevenção, que nós chamamos de medidas drásticas, muitas delas vamos discutir durante o programa, e convido o caro ouviente a permanecer no programa para ouvir algumas dessas medidas e qual foi o impacto delas”, disse.

Na Turquia, os casos de covid-19 vêm aumentando em proporções assustadoras nos últimos 15 dias, variando de 3,7 mil até um pico de mais de 5 mil infectados pelo novo coronavírus diariamente. Com isso, o país já superou a marca de 100 mil casos. E para esclarecer sobre isso o jogador Wellington Nascimento, que mora há três anos no país, disse o quanto que o coronavírus já mexeu com a realidade da região. “As pessoas estão bastante comovidas, querem se livrar logo desse problema, estão se esforçando, tomando todas as medidas possíveis. Hoje estamos em quarentena, ninguém pode sair, anão ser por serviços essenciais”.

Mesmo com grandes números de infectados na Turquia, Wellington afirma que o vírus chegou relativamente tarde no país. “O primeiro caso confirmado foi 13 de março, depois disso foi cancelado todos os esportes, depois fecharam todos os restaurantes, só poderia funcionar por entrega em casa. Depois de mais duas semanas, foi proibido senhores de idade ir pras ruas, depois proibiu crianças também. Aqui eles distribuem máscaras de graça, dão cinco máscaras toda semana”, relata.

O pesquisador fez ainda um pedido para a população, para aqueles que têm possibilidade de ficar em casa, que possam respeitar as medidas de quarentena. “Na África é difícil respeitar essa medidas, porque o povo é muito aconchegado, e a maior parte da população são de comunidades. Então, o que se pede para as pessoas é que elas pratiquem o distanciamento social, uma vez que já sabemos que ficar em casa é a melhor prevenção, que elas lavem as mãos para se proteger. Alguns países estão na medida de restrição completa e obrigatória, na África isso já foi repensado, porque as pessoas não tem um emprego formal, dependem da venda de seus produtos”, esclareceu.

Pandemia no Brasil

No debate, também, foi discutido como alguns estados brasileiros estão enfrentando a pandemia do coronavírus, e como está a situação em algumas cidades do interior de Goiás. Quem nos conta é o jornalista e coordenador de Esportes da Rádio Clube do Pará, Giuseppe Tommaso; o jornalista da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte, João Felipe Lolli; e o advogado e jornalista Bruno Henrique, de Brasília.

Em Belém, Tommaso explica a situação da pandemia no norte brasileiro. “Como em todos os lugares, a preocupação continua grande, pelo menos a previsão da Secretaria de Saúde do Estado, a informação é que o pico pode ir até meados de maio, por isso o isolamento tende a ser cada vez maior. Na verdade o governo do Pará tem sido incansável nesse trabalho, embora a população, principalmente a mais carente, precise e existe um preocupação em relação a esse isolamento, que acaba não acontecendo nas periferias”, esclareceu.

Em Belo Horizonte, Lolli contextualizou a realidade a sua cidade em relação ao vírus. “O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), apresentou um protocolo na última quinta-feira (23), com uma proposta de flexibilização do comércio pros 853 múnicipios de Minas Gerais. Os múnicipios são autônomos para decidir as medidas que adotam em sua cidade, o governo elaborou um protocolo que trás três niveis, como alto, médio e baixo, levando em conta números de contaminados e leitos na cidade. Esse protocolo é um espécie de um guia para decidir sobre a flexibilidade. Temos cidade com medidas fortes de restrição e outras que ao mesmo tempo não tem uma infraestrutura tão grande na saúde, também, não tem registro de muitos casos, então a gente tem uma realidade diversa”, ressaltou.

Já em Brasília, o jornalista Bruno Henrique nos contou como estão as medidas de isolamento por lá. “Brasília é uma cidade interessante, primeiro foi uma das primeiras a instaurar uma quarentena geral, só que a flexibilização já começou a partir de 15 dias atrás. Áreas comercias foram autorizadas, ontem tivemos a liberação de cinema, a primeira área de entretenimento liberada no Distrito Federal. Os números desta manhã mostram 1.140 casos confirmados, sendo 26 vítimas fatais, 67 internados em rede hospitalar e 33 em UTIs. Além disso, é interessante que Brasília está se preparando para o dia 4 de maio voltar as atividades normais, o comércio está tendo novas atividades autorizadas… e Brasília vai seguindo nesse relaxamento ampliado”, afirma. Assista a live do debate no Facebook, com a apresentação de Rafael Bessa. 

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