A Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) apresentou nesta sexta-feira (31) Cristiano da Silva Leite, de 37 anos, suspeito de espancar a companheira, de 35, com quem convivia há cerca de 17 anos.  O homem, que foi preso nesta quinta-feira (30), é usuário de drogas e possui diversas passagens, como explica a delegada Ana Elisa.

“Ontem, quando ele foi preso, ele tinha acabado de consumir uma pedra de crack, estava sob efeito da substância entorpecente. É dado a crimes diversos como roubo, tráfico, furto, e também o de violência doméstica, pois convivia com a vítima há aproximadamente 17 anos e esta nos contou que sempre foi agredida por ele, só que nunca fez denúncia”, relata.

O desempregado foi preso um dia após a agressão, ocorrida no dia 22 de março, mas foi solto logo após audiência de custódia. Depois de ser detido nesta quinta, o suspeito negou a autoria da agressão, mas a titular da Deam afirmou não ter dúvida de que Cristiano é mesmo quem praticou a violência contra a própria companheira.

“Eu não acredito de forma alguma, não é coerente com que a gente levantou durante as operações. Ele realmente espancou ela covardemente e, depois que deixou ela desacordada em casa, talvez até pensando que ela estivesse morta, fugiu de casa largando a vítima totalmente desfigurada e ferida. É importante deixar claro que a vítima foi surrada até perder a consciência, ela teve muitos ferimentos na cabeça e no corpo todo. Ela foi abandonada nua em casa e ele simplesmente deixou a vítima sem qualquer cuidado, não chamou socorro. Não temos dúvida de que ele foi sim o agressor”, reitera.

De acordo com a delegada, somente nestes primeiros três meses de 2017, dos 130 presos pela prática de violência doméstica, menos de 10% permaneceram na cadeia, o que corresponde a cerca de 120 agressores soltos.

“É preciso reavaliar a forma como estão sendo decididos estes casos que envolvem violência doméstica, porque embora eles tenham penas reduzidas, mais brandas, envolvem outras circunstâncias. Quando este agressor é libertado, ele volta para casa, ao convívio com a vítima que foi agredida, ameaçada, ofendida, humilhada, inclusive ao convívio com os filhos”, ressalta.

Por conta dos diversos ferimentos, a mulher, de 25 anos, ficou internada no hospital desde o dia 22, data da agressão, até o dia 26 de março.

Com informações do repórter Jerônimo Junio

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