O Atletas de Jesus é um dos quatro times que disputarão o Campeonato Goiano Feminino de 2022, que começa neste sábado (24) justamente com o o duelo contra o Vila Nova no CT da Universos às 15h30. Além deles, os outros clubes que irão brigar pelo título estadual são o Aliança/Goiás e Morrinhos, que fará sua estreia na competição.

A time comandado pelo técnico Lásaro Caiana é uma ‘equipe B’ do Vila Nova e também tem parceria com a Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Com um elenco grande, composto por cerca de 50 a 70 atletas de diversas categorias, o colorado resolveu dividir seu plantel para dar oportunidade para atletas pouco utilizadas durante o ano e também para as meninas que disputam torneios no futsal.

“O futsal é o futebol mais difícil do mundo, quem joga futsal joga campo em qualquer lugar. Isso acontece muito no futebol masculino também e essa transição é muito tranquila de fazer. As nossas meninas já treinaram campo e nós vamos mesclar o elenco com as meninas do futsal com as meninas do campo que não estão sendo aproveitadas para montar um elenco forte para representar bem as duas instituições (Atletas de Jesus e Universo)”, disse o treinador.

Por conhecer bem o projeto do Vila Nova/Universo, Lásaro sabe que o time comandado por Robson Freitas chega mais preparado. Recentemente a equipe colorada disputam os Jogos Panamericanos Universitários, conquistou o acesso da Série A3 para a Série A2 do Campeonato Brasileiro e também é o atual campeão estadual.

“O favoritismo é todo do Vila Nova, que é uma equipe muito forte, atual campeã e que também ganhou o JUBs (Jogos Universitários Brasileiros). Então o atual campeão goiano e que subiu para a Série A2 do Brasileiro é quem tem mais chances de ser campeão de novo. Mas o Atletas de Jesus está forte para fazer frente a todas essas equipes”, analisou.

De acordo com o treinador, o Atletas de Jesus tem uma meta bem definida para o Goianão 2022. “Nosso primeiro objetivo é chegar na final. Nos classificarmos para disputar a final com o Vila Nova”, garantiu.

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Cenário atual

Todo ano, a Federação Goiana de Futebol (FGF) tem dificuldades para montar o calendário do Campeonato Goiano Feminino por conta da falta de clubes interessados. Nesta temporada a competição terá quatro times disputando o título regional. Mas na visão de Lásaro Caiana, a entidade tem responsabilidade no atual cenário da modalidade no estado.

“A Federação Goiana de Futebol deveria promover mais o futebol feminino, exigindo a montagem dos elencos pelas equipes profissionais. Quem joga a série A ou B do Campeonato Goiano, deveria montar um time feminino, não só o profissional, mas em todas as categorias. Com certeza isso alavancaria o esporte feminino”, afirmou o treinador.

O comandante do Atletas de Jesus também é professor na Universo e trabalha não só com futebol feminino, mas também com a formação de jogadores no futebol masculino. Segundo ele, o que ainda atrasa um maior desenvolvimento do futebol feminino no país é o trabalho ainda deficitário nas categorias de base, dificultando o descobrimento de novas atletas.

“Não só aqui em Goiânia, mas no Brasil todo. A gente vê que nas sérias A, B e C (do Campeonato Brasil) não conseguimos atender a demanda de atletas que os clubes precisam. Se todos os times aqui da primeira divisão do Goiano montassem suas equipes, eles teriam dificuldades para encontrar atletas para jogarem e alto nível”, ponderou Lásaro.

Na última semana, Ronei Freitas, futuro presidente da Federação Goiana de Futebol, concedeu entrevista ao podcast 9&Gol e além de projetar a competição que começa neste final de semana, também falou dos seus planos para fortalecer o futebol feminino em Goiás a partir de 2023.