Além da pandemia da Covid-19, causada pelo coronavírus, o Brasil tem registrado aumento no número de casos de síndromes gripais, em decorrência da H3N2. A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, afirmou em entrevista à Sagres que é preciso alertar os gestores e a população sobre a necessidade de se manter as medidas de prevenção contra Covid.

Leia mais: Apagão do Ministério da Saúde mantém desatualizados dados de Covid e gripe há 10 dias

“Nós estamos, neste momento, com dois vírus respiratórios em circulação. Isso é para a população se atentar porque é mais um vírus transmitido de pessoa para pessoa. Lembrando que a influenza tem alguns grupos que a gente vê uma gravidade maior. Diferente da Covid, nós podemos ter crianças com agravamento de quadro respiratório, além de idosos e gestantes”, declarou a superintendente.

Ouça a entrevista completa:

Até o momento, foram registrados 32 casos da H3N2, em oito municípios goianos. Flúvia explicou que diante dos casos agregados com vínculo epidemiológico, considera que Rio Verde enfrenta um surto da doença. “Nos outros municípios a gente tem visto registros esporádicos. Mas estes casos poderão acontecer, inclusive, com maior frequência, com as festividades de final de ano. Uma orientação importante é que, se durante este período, a pessoa estiver doente, que ela não vá às festas, fique em isolamento e utilize a máscara para evitar a contaminação dos demais”, aconselhou.

A superintende disse ainda que era esperado o surgimento de casos de gripe no começo do outono, em meados de março, mas que houve uma antecipação, provavelmente, causada por um relaxamento em relação às medidas de distanciamento. “A Covid já era uma preocupação, a influenza é uma preocupação a mais […] Então, tanto para Covid-19, quanto para influenza, é importante que as pessoas estejam com a vacinação completa o mais rápido possível”, alertou Flúvia.

Como o vírus H3N2 sofreu uma mutação, Flúvia detalhou que a vacina não fornecerá proteção máxima, mas, ainda assim, poderá gerar anticorpos, que podem preparar o sistema imunológico. “E a vacina protege contra outros vírus, não só o H3N2. Então, até que chegue o imunizante específico, tomar a vacina é indicado sim”.

Uma mudança em relação ao início da vacinação contra o coronavírus é que agora, após evidências demonstrarem segurança, é possível se imunizar contra gripe e Covid-19 simultaneamente. “A gente tem cerca de 90 mil doses disponíveis e a orientação que damos aos municípios é que ao ofertar a vacina contra Covid, já oferte a da influenza para quem não tomou”, finalizou.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: