LUCIANA ALVAREZ / LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Para não se deixar tomar pelo nervosismo na véspera dos principais vestibulares, professores de cursinho recomendam que os jovens foquem os estudos no que realmente importa e que mantenham uma rotina equilibrada, respeitando tempo de sono e de descanso.
Fazer, todo domingo, o planejamento semanal de estudos tem sido a chave para o vestibulando Pedro Henrique Maciel, 19, conciliar estudos, trabalho e vida social.
“Saio do trabalho às 15h, chego no cursinho às 16h. Como minhas aulas começam às 19h, aproveito essas três horas para estudar o que mais preciso. Separo matérias por dia da semana, sabendo que o foco tem de ser química, física e matemática”, diz.
No ano passado, Maciel foi aprovado para cursar engenharia em uma universidade federal, mas precisaria sair de São Paulo, onde mora.
Preferiu estudar por mais um ano e tentar novamente entrar na Poli, escola de engenharia da USP. Ainda que esteja estudando muitas horas, diz tomar cuidado porque não quer “ficar maluco”.
“Aos finais de semana eu saio com meus amigos. Eu namoro. Tenho intensidade no estudo, mas separo um tempo para mim. Se só estudar, você perde as outras coisas da vida. Não vale a pena”, afirma.
João Pitoscio Filho, coordenador do cursinho Etapa, onde Maciel estuda, recomenda a todos que mantenham suas rotinas às vésperas das provas. “É importante e faz com que fiquem menos ansiosos. Aspectos emocionais podem prejudicar”, afirma.
Para ele, o ideal é ter uma vida equilibrada, com lazer, exercícios, oito horas de sono e boa alimentação.
Como forma de valorizar o lazer, o próprio cursinho organiza todos os anos o Etapa Festival, show de talentos onde professores e alunos cantam e tocam, antes de começar a temporada dos vestibulares.
Outra recomendação para esta fase é revisar os conteúdos já estudados, mas sem se prender a detalhes.
“Os grandes vestibulares são bem elaborados. Pedem o que está no conteúdo do ensino médio. Então, não precisa ficar preso nas notinhas de rodapés dos livros. Para passar, não precisa fazer 100%. Ninguém sabe tudo”, afirma Vera Antunes, coordenadora do Objetivo.
No processo de revisão, se houver dúvida, a hora é de procurar ajuda, seja de um professor da escola, nos plantões dos cursinhos, ou mesmo com os colegas.
Leticia Prado, 20, tenta manter a confiança enquanto faz cursinho no Objetivo para tentar uma vaga em medicina, curso mais concorrido da Fuvest este ano.
As três maiores concorrências da USP, aliás, são para medicina. Em São Paulo, são 118 candidatos por vaga; em Ribeirão Preto, 95,9 e, em Bauru, 78,3. A quarta carreira mais disputada é psicologia em São Paulo (70,6), seguida por relações internacionais (54,7). A primeira fase do vestibular da USP é em 4 de dezembro.
“Dá um certo medo, porque é muito concorrido, mas estou confiante no que eu estudei o ano inteiro. Sei que me dediquei”, diz a estudante.
Para tentar deter a ansiedade, ela tem mantido sua rotina e vai à academia. “Durmo cedo para acordar cedo e descansada para as aulas. Levo marmita para almoçar bem no próprio cursinho e vou três vezes por semana à academia. É quando consigo dar uma distraída”, diz.
O coordenador pedagógico do Poliedro, Pedro Oscar Lorencini Júnior, acredita que este também é o momento para cuidar de questões práticas da prova, como ler os editais para conhecer as regras e particularidades de cada uma.
Para ele, é importante, se possível visitar o local da prova antes da data do vestibular.
“Sugiro ainda aos alunos que façam uma lista do que precisam: caneta, lápis, borracha, água, algum alimento, documentos. Podem deixar um kit prova já arrumado”, afirma ele.