Impossibilitadas de abrirem as portas por meses por causa da pandemia, muitas empresas ingressaram no mundo digital para continuarem o atendimento aos clientes e evitarem prejuízos ainda maiores. Com esse processo, houve também o aumento dos crimes virtuais.

Para o coordenador e professor de pós-graduação em Cyber Segurança no Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista, Ricardo Tavares, faltou a essas empresas se adequarem também à segurança digital.

“Durante a pandemia, muitas empresas foram forçadas ao processo de digitalização. Grande parte dos funcionários trabalhando de forma remota utilizando-se melhor da tecnologia, mas utilizando-se mais tecnologia conectada à internet. Com esse cenário, os criminosos começaram a encontrar vulnerabilidades nas empresas, e muitas dessas empresas com essa digitalização forçada não se prepararam adequadamente para implementar as boas práticas da segurança digital e foram alvos”, afirma em entrevista ao Sagres em Tom Maior desta quinta-feira (17).

Ricardo Tavares no STM #165 (Foto: Sagres TV)

Na avaliação do professor, 2021 pode ser ainda mais sobrio quando o assunto é segurança digital. “A tendência é que esse cenário piore, porque as empresas não estão adotando essas boas práticas. Isso vai fazer com que essas empresas até deixem de existir pelo advento do crime cibernético. Os ataques estão acontecendo, os dados dessas empresas estão sendo sequestrados e com isso as empresas deixam de trabalhar, elas não conseguem fornecer o serviço para seus clientes e terceiros”, avalia.

Segundo Ricardo Tavares, a falta de preocupação com a segurança digital é um processo cultural, e que demanda uma mudança de comportamento.

“Os executivos têm que ter a consciência de que existem muitos riscos no mundo digital, e que têm que adotar as melhores práticas. É um processo que inicia-se pela educação. Aprendemos muito sobre segurança física em nossa vida, mas nada sobre segurança digital”, contextualiza.

Confira a entrevista na íntegra a seguir