O Vila Nova/Universo é o representante goiano no Campeonato Brasileiro Feminino Série A2. A competição está marcada para começar no dia 15 de abril. São 16 clubes que lutam por quatro vagas na primeira divisão em 2024. E pra conhecer um pouco mais sobre as “meninas coloradas”, o Podcast Debates Esportivos entrevistou Willian Mendes, gestor de esportes olímpicos do Tigrão.

No bate-papo com Willian, não só detalhes do trabalho, mas as dificuldades impostas por causa da falta de times em Goiás, estiveram em pauta.

“A ausência de calendário em Goiás atrapalha muito o desenvolvimento. Por exemplo, o Atletas de Jesus ia participar do Brasileiro Série A3, mas recuou. O Atlético paralisou suas atividades, enquanto o Goiás ainda mantém uma parceria com o Aliança”, lamentou Willian, que sabe das dificuldades e tem os pés no chão quanto ao objetivo colorado no Campeonato Brasileiro.

“Temos que ficar entre os 12 melhores. Queremos a permanência para poder consolidar nosso trabalho”.

Preparação

A estreia do Tigrão acontece no dia 16 de abril, em Recife (estádio Ilha do Retiro), contra o Sport. De acordo com Willian Mendes, o início da preparação sofreu um atraso por causa de problemas financeiros.

“Começamos em março, um pouco atrasados por causa da questão do patrocínio. A gente estava acertado com um pool de empresas goianas, mas aquele caso do Vila Nova com a questão das loterias, acabou mudando nosso planejamento”, explicou o dirigente, fazendo referência à denuncia feita pela diretoria do Vila em que alguns jogadores do próprio clube tentaram “vender” alguns resultados para um grupo criminoso.

Elenco

Willian acrescentou que o elenco está sendo montado. Nos próximos dias, pelo menos mais oito jogadoras devem ser contratadas. Mesmo com um número reduzido de atletas no grupo, aposta no talento de algumas que já estão no clube, para um bom trabalho no Brasileiro.

“Temos sete atletas em condições de fazer um bom campeonato. E ainda mais umas três pra saírem pra outras equipes. Ainda estamos trabalhando pra reforçar nosso elenco com pelo menos mais umas oito atletas”, destacou Willian Mendes que foi claro quanto ao objetivo na competição.

Estrutura

Os jogos do Vila Nova no Campeonato Brasileiro Feminino Série A2 estão marcados para o estádio Onésio Brasileiro Alvarenga. Os treinos acontecem no CT Toca do Tigre e também no campus de educação física da Universo. Como nem todas são de Goiânia, também contam com alojamento e transporte.

“Elas ficam alojadas em uma casa que residi por mais de 30 anos na Vila Nova. As condições são boas e tem até os vizinhos “do bem” que ajudam a olhar as meninas nas ruas, porque não estou lá o tempo todo. ainda tem o transporte com uma amigo que nos ajuda também”.

Condições melhores

Além da estrutura física, um dos desafios da gestão do futebol feminino do Vila Nova, é melhorar a condição financeira para todas as jogadoras.

“Estamos lutando pra ter uma ajuda de custo. Quem tá estudando tem uma bolsa de estudos 100% e boa parte das meninas tem um seguro de saúde do plano Unimed”, explicou Willian.

Inclusão

Além do futebol, o projeto Vila Nova Olímpicos também investe em outras modalidades. Vôlei, basquete, futsal, atletismo, entre outros esportes, são praticados por homens e mulheres. No caso específico do futebol feminino, de acordo com Willian Mendes, é uma oportunidade para as pessoas se reaproximarem dos jogos.

“É um público completamente diferente do masculino. É um instrumento de inclusão social por aproximação. Temos vários casos de pessoas que não vão aos jogos de futebol por causa da violência, mas que agora acompanham porque é um ambiente mais saudável”, ressaltou Willian, que aposta no trabalho do técnico Robson Freitas e na força de todas as pessoas envolvidas para ir longe com as meninas coloradas no Campeonato Brasileiro.

“Não temos a estrutura ideal, mas a nossa atitude é fundamental. No apreço, aproximação, nas coisas boas que acontecem todos os dias. Ser resiliente é ter propósito. Aqui temos isso tudo”.

Leia mais