Lucas Pereira Neves, de 24 anos, morreu no último sábado (4) ao ser baleado durante troca de tiros com guardas civis que estavam de folga. Suspeito de atirar em um ônibus do Eixo Anhanguera que transportava integrantes da torcida organizada do Vila Nova, Lucas não teria obedecido ordem para soltar a arma e acabou atirando contra os guardas. O porta-voz da Guarda Municipal Valdson Batista concedeu entrevista ao programa Cidade Fala, da RÁDIO 730, para esclarecer detalhes sobre a ocorrência.

O início do caso

Vidros quebrados do ônibus que transportava torcedores do Vila Nova. (Imagem: Reprodução / TV Anhanguera)

“Três guardas civis metropolitanos, em seu horário de folga, estavam passando pelas imediações da Praça A, quando se depararam com um elemento em cima de uma moto fazendo disparos de armas de fogo contra um ônibus do Eixo Anhanguera que estavam transportando torcedores do Vila Nova”, disse o porta-voz da Guarda Municipal Valdson Batista.

A ação dos guardas civis

torcedor goias morre guarda civil troca de tirosMomento da abordagem dos guardas civis. (Foto: Reprodução / Internet)

“Quando os guardas viram a situação, pararam o carro e desceram de imediato, se identificaram como agentes de segurança pública e ordenaram que o elemento largasse a arma”, afirmou o porta-voz. A distância dos policiais para o torcedor era de cerca de 20 a 30 metros, algo que a Guarda Municipal considera “suficiente para que o indivíduo entendesse a mensagem”.

A troca de tiros e o óbito

“Após o pedido dos agentes, Lucas fez um disparo em direção aos guardas civis. Esta agressão foi imediatamente repelida, sendo que os guardas também dispararam contra o individuo, que foi atingido por dois disparos. Lucas foi ocorrido pela equipe do Samu e levado ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), aonde horas depois veio a óbito”, completou o porta-voz da Guarda Municipal.

velorio torcedor goias goianira igrejaCorpo do torcedor do Goiás que foi morto a tiros sendo velado em Goianira. (Foto: Divulgação)

O perfil do torcedor que foi morto

Lucas Pereira Neves, de 24 anos, era conhecido como “Lucão da Noroeste” e se popularizou entre as torcidas organizadas por ser uma das lideranças na região noroeste da Força Jovem do Goiás. Em suas páginas sociais, publicava artigos com apologia a violência contra as torcidas rivais.

torcedor goias morto(Foto: Arquivo pessoal)

Sua ficha criminal

Total: quatro passagens

– A primeira foi em 2009, em Goiânia (GO), quando ainda era menor
Art. 28 da Lei nº 11.343 de 23 de agosto de 2006 – “Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

– A segunda e a terceira ocorreram em 2014, em Trindade (GO), quando já tinha mais de 18 anos
Art. 157 da Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 – “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”.

– A quarta aconteceu em 2009, em Goianira (GO)
Art. 16 da Lei nº 10.826 de 22 de Dezembro de 2003 – “Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

Represálias da Força Jovem contra a Guarda Civil?

Apesar da confusão, a Guarda Municipal não teme represálias ou outras ações de torcedores da torcida organizada do Goiás contra guardas por conta desta ocorrência. “O policial que temer o torcedor organizado ou o bandido está na profissão errada”, disse o porta-voz. “Aquele que afrontar contra a corporação ou agente de segurança público terá a resposta à altura. Mas tudo dentro da legalidade, sem extrapolar o direito de ninguém”, completou.

No Facebook, o perfil oficial da Força Jovem do Goiás se manifestou sobre a morte de seu integrante.

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Os próximos passos

Enquanto durar os procedimentos, os guardas civis que participaram da ação ficarão fora do serviço de rua e servirão ao departamento administrativo da GCM. Foi aberto um procedimento investigatório para ouvir testemunhas e defesas.

Testemunhas e defesas

As testemunhas selecionadas pela Policia Civil são: o motorista do ônibus; pessoas que estavam na plataforma do Eixo Anhanguera; agentes que prestaram os primeiros atendimentos. A defesa dos guardas está a cargo do departamento jurídico da Guarda Civil Metropolitana.

Podcast

Ouça na íntegra a entrevista do porta-voz da Guarda Municipal, Valdson Batista, para o programa Cidade Fala, da RÁDIO 730:

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