A agressão de policiais militares a um torcedor do Vila Nova dentro de um banheiro do Serra Dourada ainda está longe de ser resolvido. Depois das imagens da agressão que chocaram o Estado de Goiás e todo o país na última segunda-feira, nesta quarta-feira pela manhã foi a vez da vítima, Igor Pereira de Oliveira, de 23 anos, prestar depoimento no 8º Distrito Policial na capital.
O torcedor explicou que não procurou a delegacia na segunda-feira, um dia após o ocorrido, por medo do que poderia acontecer com ele e sua família. Casado e pai de um filho, Igor agradeceu o apoio da instituição Vila Nova, mas fez questão de ressaltar que não pertence a nenhuma torcida organizada do clube, que é o chamado “torcedor comum”. A vítima relata como aconteceu a agressão.
“Eu não faço parte de nenhuma das duas torcidas, nenhuma. Não sei o que foi que aconteceu, mas não teve briga de torcida nenhuma. A polícia começou fazendo algazarra no meio da torcida, tava misturado gente de boa e também de torcida e foi onde aconteceu. Eu fui pro banheiro e já veio um policial perguntando se eu era o “rapaz tal, rapaz tal”, e eu falei que não. Nisso já veio outro por trás me agredindo”
Igor prestou depoimento e agora aguardará a apuração do caso, que deve terminar com a expulsão dos quatro policiais militares da corporação. Igor sabe que, mesmo sofrendo na pele, pode servir de exemplo para que isso não ocorra mais nos estádios. “Quero que a justiça seja feita. É ruim, apesar que meu rosto não foi visto na imagem, mas vou agora entrar com processo e ver o que acontece”, destacou o torcedor.
Punição
O delegado do 8º DP da capital, Waldir Soares, explicou que cabe à Polícia Civil tomar as providências penais, já que as punições administrativas serão feitas pela própria PM. O delegado destacou que já tem conhecimento de que três policiais já foram identificados e pontuou que a vítima não teria condições de identificar nenhum deles. De qualquer forma, será abordado um caso de abuso de autoridade.
“Fez o relatório médico e realmente existem lesões, então vai ser apurado um crime de abuso de autoridade. Houve excessos, as imagens são claras, não tem como tapar o sol com a peneira, e essas pessoas responderão criminalmente. Esses policiais podem sofrer uma pena que varia de acordo com o juiz, e podem ser expulsos penalmente, por uma decisão judicial”