Em abril, o número de pessoas com dívidas no estado de Goiás aumentou 2,85%, em comparação a março. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que foi publicado nesta semana. De acordo com o relatório, o principal motivo do endividamento são os compromissos não honrados com bancos, os inadimplentes são os que estão entre 30 e 39 anos, na etapa da vida de compra da casa própria, de carro, que deve ser interrompido. A variação foi superior ao registrado no Centro-Oeste e no Brasil, em que a média ficou em 1,68%.

Essa situação já era prevista e permitida em algumas áreas diante das normas de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus. Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO), Valdir Ribeiro, o nível de inadimplência pode ser ainda maior do que os dados mostram. “Ninguém deixa de pagar se tiver condições, as consequências é que vão fazer as pessoas ficarem inadimplentes, a situação da economia no País”, afirma.

Segundo Valdir Ribeiro, a preocupação com emprego e renda aumentou com o anúncio do governador Ronaldo Caiado (DEM) de que será preciso novo endurecimento das medidas de isolamento, porque empresários se programavam para uma retomada. Além das dívidas com comércio e bancos, que é a maior parte (43,59%) no Estado, a quarentena traz receio de que a inadimplência de água e energia elétrica, que ficaram impossibilitadas de serem cortadas, torne as finanças dos consumidores ainda mais complicadas.

No Brasil

O total de negativados corresponde a 40% da população adulta do país. Na comparação com março, o crescimento em abril foi de 1,6%, chegando a 62,8 milhões de brasileiros. O número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em abril está na faixa etária de 30 a 39 anos, sendo 50,7% mulheres. Além disso, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.206,72 na soma de todas as dívidas.

Quanto à evolução das dívidas em atraso, na passagem de março para abril, houve um crescimento de 1,38% nos débitos. Destacam-se os débitos no setor de água e luz, que apresentam forte crescimento de 18%, enquanto o setor de comunicações viu um recuo de -8,9% após fortes altas no início da crise econômica.