Na última posição da Ligue 1, a primeira divisão do Campeonato Francês de futebol, o Angers vive um péssimo momento. Com apenas 10 pontos somados em 26 rodadas, o time não vence há 18 jogos e está próximo do rebaixamento.

Fora de campo, os problemas também se acumulam, e são ainda mais graves. O lateral Ilyés Chétti, titular na última partida da equipe, na derrota para o Montpellier por 5 a 0, é acusado de abusar sexualmente de uma mulher. O caso aconteceu em novembro, e o jogador argelino terá que comparecer no tribunal no próximo mês.

Durante a preleção antes da partida, realizada no domingo (5), o treinador Abdel Bouhazama mencionou o fato e minimizou a possível agressão do atleta, ao dizer que “não foi por maldade, todos nós já tocamos em garotas antes”. A fala foi revelada e confirmada para a imprensa esportiva por jogadores que estavam presentes no vestiário.

Em entrevista ao jornal L’Équipe, o comandante técnico do Angers justificou que “o que foi feito pelo jogador não foi legal, mas todos cometemos erros ou coisas estúpidas. Quem não errou como Ilyés? Não justifico o que fez, sou pai e tenho duas filhas, mas como ele iria jogar, quis deixá-lo mais confortável e diminuir o ‘drama’”.

O lateral Ilyés Chétti, do Angers, é acusado de agressão sexual por uma mulher (Foto: Divulgação/Angers Sporting Club de l’Ouest)

Nesta terça-feira (7), Bouhazama pediu dispensa do comando do time. Segundo nota do clube, a decisão já era avaliada por conta dos maus resultados – nenhuma vitória em 11 jogos na Ligue 1 -, e o treinador lamentou que os seus comentários na preleção foram vazados e que a sua fala foi tirada de contexto.

No comunicado, o Angers ressaltou que, “para evitar quaisquer interpretações erradas, o Angers SCO condena as palavras ditas durante a preleção. Além disso, o clube não aceita qualquer forma de discriminação e condena o sexismo e a misoginia”. Por outro lado, foi evasivo sobre o futuro do técnico, que segue vinculado à instituição.

Desde 2015 no clube, esta não é a primeira vez que Bouhazama se envolve em polêmicas. Enquanto responsável pelas categorias de base do time, foi acusado de maltratar os jovens, com humilhações, insultos, intimidações e ameaças aos jogadores.

Já Saïd Chabane, presidente do Angers, responde a processos por abuso sexual denunciados por seis funcionárias do clube desde 2020. O dirigente é presumivelmente inocente.

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