2022, 1994, 1962 e 1958. Em 22 edições da Copa do Mundo de futebol masculino, somente em quatro uma equipe não teve 100% de aproveitamento na primeira fase. Únicas seleções com duas vitórias seguidas no início do torneio no Catar, França, Portugal e Brasil pouparam titulares na última rodada e acabaram surpreendidas.
Para os mais supersticiosos, a Seleção foi campeã nas outras três edições em que isso aconteceu. Por outro lado, o time brasileiro sempre foi campeão mundial de forma invicta. E pela primeira vez o Brasil foi derrotado por uma seleção africana, também encerrando uma invencibilidade de 17 jogos na fase de grupos.
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Na Copa das zebras, os ‘leões’ de Camarões foram resilientes e corajosos contra o Brasil. Com uma baixíssima chance de classificação, o time africano colocou em campo o que tinha de melhor, escalando os seus dois melhores atacantes como titulares pela primeira vez no Catar: Eric Maxim Choupo-Moting e Vincent Aboubakar.
Méritos para Rigobert Song, histórico ex-zagueiro e capitão da seleção camaronesa, que assumiu o comando do time na reta final das Eliminatórias e conquistou uma até então improvável classificação para o Mundial. Enquanto Choupo-Moting deu problemas para a zaga brasileira, Aboubakar marcou, nos acréscimos, o gol da vitória.
Os africanos não fizeram uma partida perfeita. O Brasil dominou o jogo e criou grandes oportunidades de gol, e teve em Gabriel Martinelli a sua maior ameaça. Mas o atacante do Arsenal parou no goleiro Devis Epassy, eleito o melhor em campo. A jovem dupla de zaga, formada por Christopher Wooh e Enzo Ebosse, também se destacou.
Uma derrota na Copa nunca será fácil para um brasileiro engolir. A partida desta sexta-feira (2) foi a oportunidade para os reservas criarem dúvidas na cabeça de Tite, mas poucos realmente aproveitaram a chance. Em especial, Antony, Rodrygo, Bruno Guimarães e Pedro, os nomes mais aclamados pela torcida brasileira.
Faltou personalidade, e foi mais um choque de realidade para uma seleção favorita no Catar. Aconteceu com Argentina, França, Espanha, Portugal e, agora, com o Brasil. A Copa das zebras não dá chance ao azar.