Sagres em OFF
Rubens Salomão

União Brasil articula novas filiações para compensar provável debandada bolsonarista

Pelo menos 20 deputados da bancada aliada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), filiados ao PSL, deverão deixar o futuro novo partido “União Brasil” até o prazo da janela partidária, entre março e abril de 2022. Diante disso, lideranças da nova legenda já articulam levar entre 20 e 30 deputados federais para a sigla para compensar a eventual debandada dos bolsonaristas. A nova legenda, que resulta da fusão entre DEM e PSL, já aprovada pelos dois partidos, deverá ter criação oficializada até fevereiro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ouça a coluna Sagres em OFF:

ACM Neto minimizou ontem o risco da evasão. “Sobre a permanência do deputado A, B ou C, bolsonarista ou antibolsonarista, o que queremos é olhar para cada membro do partido como integrante do União Brasil”, afirmou. Neto salientou que o objetivo nos próximos meses é traçar o planejamento para as eleições de 2022, organizar as comissões provisórias nos 26 Estados e no Distrito Federal, respeitar as questões locais e reforçar os quadros alinhados com o novo partido. “Não estamos preocupados com quem vai sair, nossa preocupação é o desenho para 2022”, enfatizou.

Não estamos preocupados com saídas neste momento”, reforçou Luciano Bivar. O futuro presidente do União Brasil afirmou que a prioridade é discutir se o partido terá candidatura própria à Presidência da República ou se apoiará outro nome da terceira via. “Mas certamente queremos protagonismo de uma candidatura viável à Presidência”, sustentou. O partido nasce com três pré-candidatos à Presidência: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ambos pelo DEM; e o apresentador José Luiz Datena, pelo PSL.

Foto: ACM Neto e Ronaldo Caiado durante convenção nacional do DEM. (Crédito: Divulgação)

Direção

O presidente da nova sigla será o deputado federal Luciano Bivar (PE), atual presidente do PSL. O secretário-geral será o atual presidente do DEM, ACM Neto. O partido terá 12 vice-presidentes nacionais, entre eles o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Mêsversário

O presidente Jair Bolsonaro completa hoje um mês de trégua depois de ter ameaçado o Supremo Tribunal Federal (STF) nos atos de cunho golpista do Dia da Independência, 7 de Setembro. Junto com a pausa nos ataques, Bolsonaro buscou nas últimas semanas emplacar agenda positiva de olho no período eleitoral de 2022.

Tempo

Ao longo dos últimos 30 dias, depois de ter divulgado uma carta à nação em que recuou dos ataques contra as instituições, o presidente abandonou a retórica agressiva contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do STF.

Foto: Jair Bolsonaro em discurso com ataques ao STF, no dia 7 de setembro. (Crédito: Isac Nóbrega/PR)

Convocação dupla

Além da comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, agora a comissão de Fiscalização Financeira e Controle na Câmara Federal também aprovou a convocação do ministro Paulo Guedes (Economia) para dar explicações sobre a manutenção de offshore no Caribe que lucrou R$ 14 mil por dia desde que ele assumiu a pasta. O requerimento aprovado ontem foi feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB/GO).

Explique!

Elias aponta que o ministro teria violado o Código de Conduta da Alta Administração Federal, instituído em 2000. O texto proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras que sejam afetadas por políticas governamentais. Segundo a legislação, o investimento é proibido “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”.

Foto: Ministro da Economia, Paulo Guedes tem duasd convocações da Câmara (Crédito: Wilson Dias/ABr)

Desmobilizados

Depois da intensa articulação para aprovação do Código Tributário e, agora, sem matérias prioritárias ao Paço Municipal na pauta, a sessão ordinária da Câmara Municipal de Goiânia teve de ser encerrada ontem por falta de quórum.

Presença

O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) deve enviar, na próxima semana, o projeto de revisão do Plano Diretor. Clécio Alves (MDB), que presidia a sessão, chamou por três vezes a presença dos vereadores para o plenário. Sem atendimento, encerrou a sessão com apenas oito vereadores presentes.

Segue o jogo

O Superior Tribunal de Justiça acatou recurso interposto pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) em prol do prosseguimento de Ação Civil Pública contra o ex-governador Marconi Perillo por ato de improbidade administrativa.

Processo

A ação foi ajuizada pela promotora de Justiça Villis Marra, da 78ª Promotoria de Justiça de Goiânia, com a intenção de apurar a concessão de incentivos fiscais de ICMS ao setor alcooleiro, enquadrados no programa Fomentar e Produzir, em desacordo com a legislação.

marconi perillo
Foto: Ex-governador Marconi Perillo em entrevista à Sagres, na eleição de 2018. (Crédito: SagresOn)

Mais lidas:

Leia também: