A informação foi confirmada na tarde desta terça-feira (28) pela diretoria técnica do Hospital Materno Infantil (HMI), Sara Gardênia Fausto Teixeira de Souza, em entrevista à repórter Giuliane Alves, da 730. A unidade não recebia pacientes desde a morte de dois bebês em meados deste mês.

A suspeita é de que os recém-nascidos, que estavam internados na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), tenham sido infectados pela bactéria multirresistente Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), cuja presença no hospital foi descoberta durante cultura de vigilância no último dia 14 de março.

“A unidade está funcionando de forma normal. Temos uma capacidade para 22 bebês, então ainda temos algumas vagas para oferecer para a população. Já vamos ter hoje uma admissão de uma paciente gestante que foi regulada para o HMI com gravidez de prematuros”, afirma Sara Gardênia.

No dia 21 de março, o secretário estadual de Saúde (SES-GO), Leonardo Vilela, afirmou que iria combater a superlotação no HMI. Na Ucin, 35 recém-nascidos estavam sendo atendidos quando a capacidade é para 25. A diretora técnica falou sobre esta questão e disse que o hospital não pode negar assistência aos pacientes que chegam ao local.

“Nos encontramos entre a cruz e a espada, mas não podemos deixar de assistir os pacientes que nos procuram, uma vez que temos uma unidade que é de porta aberta. A demanda que chega ao HMI normalmente é muito grande, em decorrência de uma rede que é desestruturada, com inversão da pirâmide assistencial”, critica.

Segundo a diretora técnica, a prioridade do HMI é o atendimento a pacientes com quadro de alta e média complexidade. No entanto, crianças com estado de saúde abaixo desta categoria acabam ocupando a maioria dos leitos disponíveis.  

“Para cá são encaminhados não só os que o HMI deveria atender que são de alta e média complexidade, mas também os de baixa complexidade. Quando ocupamos nossos leitos com paciente de baixa complexidade e chegam pacientes com o nosso perfil, a gente fica sem poder atender os pacientes e, ao mesmo tempo, tem que dar assistência a eles”, explica.

Atualmente, 14 bebês ocupam os leitos do Hospital Materno Infantil.