É no momento de crise que podemos tirar o que cada um tem de melhor. No Brasil, o empresariado é historicamente visto por parte da população como um setor apartado das causas sociais. Isso é, no máximo, uma meia verdade, pois são vários os exemplos de iniciativas capitaneadas pelo setor privado que têm feito a diferença no combate à erradicação da pobreza, na preservação do meio ambiente, na construção de políticas sociais das mais diversas.

No início da pandemia, vimos boa parte do empresariado se mobilizar para a compra de cestas básicas, remédios, equipamentos hospitalares de outros insumos que pudessem atender às necessidades mais básicas da população mais desassistida. No final do ano passado, uma iniciativa chamou à atenção, que foi o movimento Unidos pela Vacina, que tem a liderança da empresária Luiza Trajano. O projeto é comprar milhões de vacinas para a população, o que pode acelerar a imunização do povo e possibilita a retomada econômica.

Helena Ribeiro, é a líder do Núcleo Goiás do Grupo Mulheres do Brasil, e foi com ela que conversei sobre essa iniciativa que tem repercutido em todo o Brasil.

O grupo nasceu em 2013, com 38 empresárias brasileiras, e hoje conta com mais de 82 mil brasileiras no mundo inteiro. O núcleo goiano começou em 2017, e conta mulheres de todo o estado, atuando em várias causas. Atualmente, o foco é o movimento Unidos pela Vacina, que já conta com mais de cem mil pessoas envolvidas em todo o País.

A vacinação está lenta, devido à falta de vacina, que pode ser comprada apenas por governos. Mas um grupo de empresários trabalha para entender os gargalos da compra das vacinas e ajuda o governo a conseguir essa aquisição. Outro grupo tem atuado na logística e distribuição, apontando as dificuldades que existem para a vacina chegar aos municípios. Dos 246 municípios goianos, apenas 77 ainda não passaram pelo diagnóstico logístico. A partir deste diagnóstico, um grupo de empresários vai apadrinhar os municípios mais carentes de estrutura, oferecendo insumos e equipamentos para acelerar a vacinação.

O Unidos pela Vacina tem um enorme potencial para fazer as pontes entre os laboratórios e os governos, dando suporte jurídico, técnico e logístico. Além disso, os estados brasileiros também estão recebendo este tipo de suporte. Em Goiás, a primeira-dama Gracinha Caiado tem feito a ponte com o movimento. O Fórum Empresarial, Codese, Fieg e as demais instituições de fomento econômico também estão com o movimento.

Helena afirma que a vacinação rápida e massiva é de interesse de todo o setor econômico. O Unidos pela Vacina está aberto à participação de qualquer cidadão. Basta entrar no site www.unidospelavacina.org.br e se inteirar sobre como participar. Não precisa ser empresário, basta ter vontade e disposição.

Perguntei à Helena sobre como está a relação do movimento com o governo estadual, e me informou que a abertura tem sido positiva, com muito diálogo e cooperação. No âmbito federal, o Ministério da Saúde também tem trabalhado para mostrar o que tem feito para conseguir vacinar com rapidez quando as vacinas chegarem.

Faz parte do cenário

No quadro Faz Parte do Cenário, um tema que não poderia ficar de fora é o decreto de fechamento por 14 dias de toda atividade não essencial em todo o estado de Goiás. Como empresária e cidadã, Helena Ribeiro vê o sofrimento da perda do emprego e da renda. Mesmo assim, ressalta que a proteção à saúde vem em primeiro lugar enquanto a vacina não chega.

Apesar do movimento estar focado na vacinação, Helena avalia que faltam estudos e propostas para equilibrar a saúde e a economia, com mudanças no transporte público, no escalonamento de horários de funcionamento de setores comerciais e demais atividades socioeconômicas. De toda forma, o recado está dado, estamos todos unidos pela vacina e pelo Brasi!

Ah, vale lembrar que saúde e bem-estar para todos é o Objetivo n° 3 dentro dos ODS, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU.