A crise hídrica no Brasil foi a mais grave registrada nos últimos 91 anos. Desde 2020, o governo instituiu a bandeira tarifária vermelha, que corresponde ao valor de R$ 9,49 por 100 kWh (kilowatt/hora) consumidos, impactando diretamente no orçamento das famílias, comércio e indústrias.

Uma alternativa é o maior aproveitamento da energia solar no país, por se tratar de uma das mais baratas formas de geração de energia elétrica. Iniciativas diversas estão sendo adotadas Brasil afora, uma delas está em Três Marias-MG. O prefeito da cidade, Adair Divino da Silva, o Bem Ti Vi, avalia a importância do empreendimento para a região. Assista à reportagem a seguir

“Um investimento que chega em boa hora a partir do momento em que estamos vivendo a escassez de energia tão sofrida há poucos meses e agora, graças a Deus, um pouco aliviada. O aumento das chuvas favoreceu um pouco, mas a chuva vem e passa. Teremos um momento pela frente que com certeza volta a faltar”, avalia.

O prefeito de Três Maria, Adair Divino da Silva, o Bem Ti Vi (Foto: Sagres TV)

A inauguração da Usina Fotovoltaica Três Marias de Geração Distribuída (GD) é a primeira de uma série de três usinas fotovoltaicas que fazem parte de um plano de expansão da geração de energia para 1 GW até 2025, como relata o gestor do projeto de implementação das usinas da CEMIG, Tiago Fernandes Saraiva.

“É uma planta típica de geração distribuída. São 5.040 painéis distribuídos em três unidades geradoras. Duas máquinas de um mega com 2.016 painéis e uma máquina de meio mega com 1.008 painéis. A planta em si não traz inovação em termos de concepção, ela é típica de geração distribuída, mas para a gente tem uma importância muito grande porque é uma usina que a gente está tratando como um aprendizado para os próximos empreendimentos que virão”, afirma.

De acordo com a Cemig, a usina fotovoltaica que entrou em atividade começou a ser construída em abril deste ano e recebeu investimento de cerca de R$ 12 milhões. Ela conta com mais de 5.000 painéis solares. A capacidade de geração dessa usina é de 2,5 MW, conforme a estatal mineira.

Além do empreendimento recém-inaugurado, a Cemig pretende construir outras duas usinas solares, uma delas flutuante no reservatório da hidrelétrica, como explica o diretor de Geração e Transmissão da Cemig, Thadeu Carneiro da Silva.

“Estamos retomando nosso crescimento. É uma usina pequena, mas é de grão em grão que a galinha enche o papo, e hoje a gente coloca o nosso primeiro grão no nosso papo. A tendência é que Três Marias se torne o grande polo de desenvolvimento de geração da Cemig”, afirma.

Minas Gerais é modelo para o país na utilização de energia solar. Do total de 853 municípios mineiros, mais de 99% têm geração distribuída de fonte solar fotovoltaica.

O Estado é o primeiro na gestão deste tipo de energia seguido por São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.

Ranking ANEEL/Absolar – Potencia Instalada – 01/12/2021
1º lugar – MG – 1,395 MW
2º lugar – SP – 985,2 MW
3º lugar – RS – 942,6 MW
4º lugar – MT – 573,4 MW
5º lugar – GO – 403,3 MW

Até 2025, o complexo de Três Marias e outras iniciativas devem receber mais de R$ 22,5 bilhões em obras para melhorar a geração, transmissão e distribuição de energia de energia limpa e sustentável.

O diretor-presidente da Cemig Reynaldo Passanezi Filho, relata que os investimentos previstos para as demais usinas em Três Marias já estão em fase de licitação. “Assim como nós estamos entregando essa usina, jusante já está em licitação e Três Marias Flutuante também já está em licitação”, afirma. “Tudo isso é para resgatar a importância histórica de Três Marias e para confirmar a importância histórica da Cemig para, de fato, ser um indutor de desenvolvimento de Minas”, conclui.

A produção de energia solar está ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A usina de Três Marias está ligada a ODS 7 – Energia Limpa. Entre as metas, até 2030, assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia.

Obs: Esta reportagem foi atualizada no dia 29 de dezembro de 2021, às 10h44 para correção do cargo do Tiago Fernandes e correção da informação da quantidade gerada de energia elétrica e o montante investido até 2025 pela companhia.