A partir desta sexta-feira (17), a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP abrirá o período de submissão de projetos para o edital “Apoio a Pesquisadores(as) Indígenas”. Este lançamento tem como objetivo primordial impulsionar, promover visibilidade e criar condições propícias para a produção de pesquisas por indígenas integrantes da comunidade USP, abrangendo todas as áreas de estudo.

“Trata-se de uma política pública de valorização da diversidade que caracteriza a qualidade da USP, uma política que terá continuidade em 2024 com outros editais que estimulem o reconhecimento do trabalho acadêmico realizado pelos diversos grupos que compõem a nossa Universidade”, declara a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lucia Duarte Lanna, em entrevista a Michel Sitnik do Jornal da USP. 

“Essa iniciativa surgiu da identificação, por parte da USP, da pertinência e da urgência de questionar as matrizes eurocêntricas e coloniais de geração de conhecimento e da busca pela manutenção e expansão da nossa excelência universitária e relevância na sociedade”, aponta.

O edital

Os projetos a serem apoiados serão conduzidos pelos membros indígenas da comunidade USP, incluindo docentes, estudantes de graduação e pós-graduação. O edital tem uma abordagem abrangente, permitindo a submissão de propostas para pesquisa, ensino e extensão.

Renato Cymbalista, diretor da Coordenadoria de Direitos Humanos e Políticas de Reparação, Memória e Justiça da PRIP, destaca que a iniciativa visa atender à necessidade de ampliar a participação desses pesquisadores na universidade, diversificando as perspectivas científicas e epistemológicas das pesquisas. Importante notar que não é obrigatório que os projetos abordem realidades indígenas, abrindo espaço para contribuições em diversas áreas do conhecimento.

Os projetos selecionados receberão financiamento de até R$ 15 mil, e as propostas devem ser enviadas até 8 de janeiro de 2024. O edital completo, contendo cronograma e instruções, está disponível no site da PRIP.

Anuário estatístico

Com base no Anuário Estatístico da USP de 2022, a universidade contava com 66 indígenas na graduação (0,1% do total) e 78 na pós-graduação (0,2% do total). Os pós-doutorandos eram 3 (0,07%), e os docentes, 2 (0,04% do total).

Cymbalista ressalta que esses números provavelmente estão subnotificados, e uma das metas do edital é obter um mapeamento mais abrangente.

“Fizemos um edital o mais aberto possível para identificar e entender quais as demandas existentes na comunidade e como atendê-las dentro de uma política de formação de quadros em seu formato mais avançado, desenvolvendo pesquisadores de ponta, no maior nível de qualificação possível e que inclua a consideração da diversidade e da necessidade de ações afirmativas que não sejam apenas políticas de permanência.”

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

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