Em parceria com a Shell, a Universidade de São Paulo (USP) lançou na quinta-feira (10), o projeto da primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo. A planta está prevista para julho de 2024. Assim, a capacidade deve produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora. O teste será no abastecimento de três ônibus que vão circular pela universidade.

Então, o texto deve durar dez meses. Após o período, o objetivo da universidade é implantar uma fábrica com capacidade para produzir 45,5 quilos (kg) de hidrogênio por hora. Julio Meneghini, diretor do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP, afirmou que a estação de abastecimento poderá capturar o CO2 do etanol.

“A grande vantagem dessa tecnologia está na pegada de carbono negativa e no ganho econômico. A logística de etanol – que inclusive já existe no país – é muito mais barata que a de hidrogênio. Com essa tecnologia, o etanol pode ser transformado em hidrogênio em reformadores instalados nos postos de abastecimento espalhados pelo país”, contou.

Além do RCGI, outras instituições estão envolvidas no projeto, como o Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE), FAPESP, Escola Politécnica (Poli-USP) e Shell. 

Inovação e parcerias

Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil, destacou que o objetivo deste projeto é inovador. “É tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria. A tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis”, destacou.

A ideia é então produzir hidrogênio de um jeito diferente. Ele é normalmente obtido da eletrólise da água, mas o modelo da USP será retirado das moléculas de água (H2O) a partir da eletricidade. Portanto, será necessário a utilização de reformadores para quebrar a molécula de hidrocarbonetos e obter o resultado do hidrogênio e monóxido de carbono, que depois vira CO2.

Os reformadores são da Hytron, startup criada com apoio da Fapesp em 2004 e o etanol da Raízen, produtora global do produto. Assim, o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras vai comandar as simulações computacionais do equipamento.

O primeiro teste do produto será no “Mirai”,  primeiro veículo a hidrogênio do mundo comercializado pela Toyota. A empresa cedeu o carros para os testes da USP. Logo, os ônibus são Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo.

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