Em entrevista à Sagres nesta terça-feira (23), o vice-presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Flaviano Ventorim, detalhou que a entidade pretende apresentar um novo modelo de financiamento das Santas Casas no Brasil. Segundo o vice-presidente, a intenção é buscar uma forma de remuneração tripartite, com participação da União, Estados e Municípios.

“Historicamente as Santas Casas têm muitas dificuldades financeiras. Nós temos os contratos com os municípios e os estados espalhados pelo país e uma tabela de remuneração do SUS que não é reajustada desde a década de 90 […] o Ministério da Saúde entende que a tabela do SUS é um marcador e já não atende a necessidade e financiamento do Sistema de Saúde”, justificou.

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Além da tabela defasada, Flaviano explicou que a pandemia agravou a situação dos hospitais, com o aumento de preço de muitos insumos. “A gente vive um momento complexo. As Santas Casas sempre viveram do apoio da sociedade e essa sociedade aporta cada vez menos recursos aos hospitais”.

A carta proposta com o novo modelo será apresentado no 30° Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que tem início nesta terça-feira (23) e pode contar com a presença de alguns presidenciáveis durante sua realização, até a próxima quinta-feira (25). “Nós estamos oferecendo um modelo de atendimento em rede, onde as Santas Casas poderão fazer parte do sistema público, de forma complementar, mas atuando de maneira que consigam ficar abertas. Então a gente pretende apresentar soluções e buscar novidades”, explicou o vice-presidente.

Segundo Flaviano, hoje são cerca de 1.830 Santas Casas no Brasil, sendo que em 900 municípios, uma Santa Casa é o único hospital que atende os cidadãos locais. “Fazemos 50% dos atendimentos hospitalares do SUS no Brasil. E quando a gente vai para alta complexidade, como tratamento de câncer, cirurgia cardíaca, neurocirurgia, chegamos até a 70%, em algumas regiões 80%, 90%. A Santa Casa é um hospital fundamental para o SUS no país”, declarou.

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