A investigação às irregularidades na Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) parece ter tomado rumo político-partidário na Câmara Municipal. O principal indício é o fato de a comissão especial de inquérito, CEI da AMMA, não ter recebido os documentos relativos à investigação do Ministério Público, apesar de todos os dados terem sido recebidos pela presidência ainda no início do mês de março.
Além disso, requerimentos feitos pela vereadora oposicionista doutora Cristina Lopes na CEI, endereçados ao Ministério Público, foram encaminhados ao Conselho de Ética e depois retornados sem conclusão de volta à comissão. Os presidentes da câmara, Clécio Alves, do Conselho de Ética, Célia Valadão, e da CEI da AMMA, Izídio Alves, são todos do PMDB. Mesmo partido do vereador Paulo Borges, que foi um dos principais investigados e denunciados pelo MP, na Operação Jeitinho, que apurou venda de licenças e pagamento de propinas na AMMA. Paulo chegou a ser preso na deflagração da operação e depois livrado por meio de um habeas corpus.
A vereadora, doutora Cristina, explica o que tem acontecido durante os trabalhos da CEI da AMMA. “Eu apresentei os requerimentos nos dias 15 e 16 para a CEI solicitando todo o conteúdo da investigação, que compromete a AMMA e dois vereadores. Esse requerimento, ele foi direcionado para a Comissão de Ética e eu queria que ele fosse direcionado para o MP. Essa documentação não foi solicitada pela CEI, mas em reunião com o procurador da GAECO (Grupo de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público do Goiás), ele me deu cópia da documentação e todo esse conteúdo já está na Câmara desde o dia 5 de março.
A vereadora ainda acredita que a CEI da AMMA não deve fugir da investigação aos vereadores envolvidos. Além de Paulo Borges, Wellington Peixoto (PSB) também foi citado. Cristina Lopes afirma que vai realizar atividades independentes para investigar as possíveis irregularidades. A próxima reunião da CEI da AMMA está marcada para esta terça, 14h.