Depois do seu pior início na era dos pontos corridos do Brasileirão, quando somou apenas 12 pontos nos 19 primeiros jogos, o Goiás passou por mudanças importantes na segunda metade do campeonato, como a troca no comando técnico. Desde então, foram sete vitórias, três empates e sete derrotas em 17 jogos. Com 24 pontos somados e 47% de aproveitamento, a improvável permanência na Série A foi trocada por esperança.

A dois pontos de distância do Bahia, o primeiro time fora da zona de rebaixamento, o time esmeraldino entra nas duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro com chances para evitar um novo rebaixamento à Série B. Neste domingo (21), o primeiro adversário será o Red Bull Bragantino, no estádio Hailé Pinheiro. Depois, na próxima quinta-feira (25), um confronto direto contra o Vasco da Gama, atual 17º colocado e com um ponto a mais.

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Reação esmeraldina

Harlei Menezes, vice-presidente de futebol, ressaltou em entrevista ao repórter André Rodrigues que “a reação do Goiás tem alguns pontos muito importantes. Tivemos um apoio muito forte do Seu Hailé (presidente do Conselho Deliberativo) sobre a maneira que deveríamos estar atuando e tenho pedido muito ao Osmar (gestor da base) para me ajudar em todo esse processo de reestruturação. Tivemos que tirar muitos atletas e fazer essa promoção da base, então nada melhor do que o Osmar estar junto”.

“Temos tido reuniões diárias com Augusto (treinador), Glauber (auxiliar técnico) e Leandrão (preparador físico) e as coisas foram se ajustando. Lógico que sempre pedindo os conselhos do Seu Hailé e também do Edminho (vice-presidente do Conselho Deliberativo), então, graças a Deus, as coisas começaram a acontecer e criou-se uma esperança mesmo com todo o déficit que existiu, por muitas e muitas rodadas sem pontuar, mas a situação foi acontecendo e chegamos vivos para as duas últimas rodadas”, completou o dirigente.

Além da necessidade de fazer o seu papel, o Goiás espera ainda por tropeços de Bahia e Vasco, que enfrentam Fortaleza e Corinthians fora de casa na 37ª rodada. Harlei destacou que “tomara que tudo o que fizemos e planejamos para a reta final seja o suficiente para livrar o Goiás desse rebaixamento. Foi um ano muito atípico, difícil e duro, assumimos a equipe com uma condição muito problemática e agora é continuar fazendo as coisas da maneira que fizemos até aqui para continuarmos tendo chance”.

Mescla de experiência com juventude

Questionado sobre se as mudanças realizadas em novembro e dezembro tivessem sido realizadas antes o time poderia estar em outra situação agora, o dirigente ponderou que “é difícil fazer uma previsão. O campeonato é muito difícil e longo, mas sem dúvida nenhuma que os números mostram isso, que desde a chegada de Augusto, Glauber e Leandrão e toda a garotada da base o aproveitamento cresceu muito. É lógico que você também precisa ter um ambiente favorável, e fizemos isso com o enxugamento do elenco”.

“Sempre acreditamos que esse é o melhor caminho, a base do Goiás sob o comando do Osmar revelou muitos atletas que foram vendidos e deixaram o cofre do Goiás sempre muito sadio. Tenho plena convicção de que esse é o trabalho certo e a ser executado, que prova pelos números que é muito eficaz”, acrescentou o vice de futebol esmeraldino. Nesta temporada, 20 atletas revelados pelo clube foram utilizados no Campeonato Brasileiro, muitos destaques na reta final da competição.

Sobre os principais destaques jovens, “é até difícil enumerarmos um ou dois atletas, temos uma safra feita na nossa base com uma qualidade absurda. Todos têm um futuro brilhante e quero contar com todos, porque fazem parte do nosso projeto. Mas quero destacar um atleta que foi uma indicação e está fazendo um belíssimo campeonato, que é o Shaylon. É um atleta extremamente bacana, um menino do bem, chegou e foi improvisado em uma posição que nem é do lado do pé predominante”.

Por outro lado, jogadores como Tadeu, Marcelo Rangel, Fábio Sanches, Ariel Cabral, Fernandão e Rafael Moura também tiveram participação na reação. Segundo Harlei, “sem dúvida nenhuma que os atletas mais experientes servem para esses momentos decisivos e em que você precisa equilibrar a juventude e a força com a experiência. São esses atletas que conseguem controlar bem a ansiedade e a equipe, são treinadores dentro de campo, levando aquilo que o Augusto e o Glauber têm passado de fora”.

Planejamento para a próxima temporada

Se Albano e Alex Henrique foram elogiados na Serrinha após a Aparecidense ter eliminado o Goiás no Goianão 2020, a posição da diretoria é de esperar o final da temporada. Perguntado sobre renovações e contratações, o vice de futebol esmeraldino frisou que “esse é um assunto que nem tocamos. Já conversei com o Edminho e falei de uma reunião de trabalho que precisamos fazer, mas só depois das coisas definidas. É lógico que sentaremos para que possamos traçar todos os objetivos, da maneira como vamos reforçar a equipe, se vamos contar ou não com um ou outro atleta que está vencendo o contrato”.

De qualquer forma, “a maior dificuldade tem sido a parte financeira. Mas desde a chegada do presidente Paulo Rogério e da volta do Edminho temos conseguido pagar os salários dos jogadores religiosamente em dia. O presidente fez um esforço gigante para colocar a casa em ordem e sem dúvida nenhuma que isso traz conforto e tranquilidade até mesmo para a cobrança do dia a dia. Estamos lutando bravamente para continuarmos na Série A, porque entendemos que a distância para a Série B é infinita, principalmente para um clube do tamanho do Goiás, com tamanhas responsabilidades na parte financeira”.