A Série A do Campeonato Brasileiro foi estabelecida em 2003. Desde então, o principal torneio do futebol nacional é disputado através do sistema de pontos corridos por toda a temporada. No ano de estreia, 24 clubes competiram em 46 rodadas, número que caiu ao passar do tempo até a estabilização do formato atual, com 20 times, a partir de 2006.

Clube goiano mais tradicional na elite, o Goiás participou da principal categoria do futebol brasileiro por 11 anos consecutivos, entre 2000 e 2010. Na era dos pontos corridos (desde 2003), das 18 temporadas existentes – incluindo a atual, que será encerrada somente em fevereiro de 2021 -, o clube da Serrinha participou de 13 delas.

Pior começo da história

Em todos esses anos, contudo, os esmeraldinos nunca tiveram um início tão complicado quanto nesta época. No último sábado (14), o time sofreu a sua 11ª derrota no Brasileirão 2020. O revés para o Athletico Paranaense, no estádio Hailé Pinheiro, consolidou uma insólita estatística para o clube: em 19 jogos, nunca somou tão poucos pontos como agora.

Hoje na 21ª rodada da Série A, a equipe ainda tem duas partidas atrasadas, contra São Paulo e Grêmio, e iniciou o returno antes mesmo de finalizar a primeira parte do campeonato. De qualquer forma, em nenhuma outra edição do torneio o Goiás teve 12 pontos ou menos após 19 partidas. Na 20ª posição, além das 11 derrotas, tem duas vitórias e seis empates.

A campanha atual é pior do que as dos rebaixamentos na era dos pontos corridos, em 2010 e 2015. Dez anos atrás, o time encerrou o primeiro turno com mais derrotas (12), porém com 13 pontos, também na 20ª posição. Com a quarta pior campanha do returno, caiu na penúltima colocação, com 33 pontos. Em 2015, fechou o primeiro turno no 17º lugar, com 19 pontos, e desceu novamente para a Série B com 38 pontos, na 19ª colocação.

Enquanto ainda busca a primeira vitória sob o comando do seu atual treinador, Enderson Moreira, que já comandou o time em 10 partidas nesta temporada, os esmeraldinos não vencem no campeonato há 11 jogos. Número próximo da maior série de jogos sem vitórias do clube na Série A, quando em 2010 teve um jejum de 12 rodadas. O próximo jogo será contra o Palmeiras, neste sábado (21), às 21h, novamente em Goiânia.

Exemplos de superação

Além de 2020, 2015 e 2010, o Goiás chegou a 19 jogos no Brasileirão dentro da zona de rebaixamento em outras duas oportunidades. Em ambas, teve grandes campanhas recuperação no segundo turno, as suas melhores na elite, inclusive, e concluiu os torneios assegurando vagas na Copa Sul-Americana, em 2003 e 2006.

No primeiro ano da Série A, a equipe esmeraldina teve um início complicado e segurou a lanterna entre as rodadas 9 e 23. Após 19 partidas, porém, com 15 pontos, já iniciava a sua recuperação. Da 17ª rodada em diante, teve 16 jogos de invencibilidade, além de séries de vitórias significativas, que alavancaram o time para a nona posição até a rodada final, com 65 pontos. Com 47 pontos em 23 jogos, teve a segunda melhor campanha do returno.

Já em 2006, o Goiás fechou o primeiro turno na 17ª colocação, com 21 pontos. Durante o período, chegou a ficar 11 jogos sem vencer, como atualmente. Por outro lado, teve uma grande reação no returno, com a quarta melhor campanha, com 34 pontos em 19 partidas. Encerrou o campeonato na oitava posição, com 55 pontos. Este retrospecto, inclusive, é um exemplo a ser seguido para evitar o rebaixamento agora.

Calculadora esmeraldina

Desde que o Brasileirão passou a ter 20 equipes, em 2006, o 16º colocado, o último fora da zona de rebaixamento, terminou com uma média de 43,4 pontos. Já o 17º, o primeiro na área de descenso, finalizou o torneio, em média, com 41,6 pontos. Hoje com 12 pontos em 19 jogos, o Goiás precisa, teoricamente, de 31 pontos no mínimo para evitar uma nova queda.

2006 – 44 (Palmeiras)
2007 – 45 (Goiás)
2008 – 44 (Náutico)
2009 – 46 (Fluminense)
2010 – 42 (Atlético-GO)
2011 – 43 (Cruzeiro)
2012 – 45 (Portuguesa)
2013 – 45 (Flamengo)
2014 – 40 (Palmeiras)
2015 – 43 (Figueirense)
2016 – 45 (Vitória)
2017 – 43 (Vitória)
2018 – 43 (Vasco)
2019 – 39 (Ceará)
2006 – 39 (Ponte Preta)
2007 – 44 (Corinthians)
2008 – 44 (Figueirense)
2009 – 45 (Coritiba)
2010 – 42 (Vitória)
2011 – 41 (Athletico-PR)
2012 – 41 (Sport)
2013 – 44 (Portuguesa)
2014 – 38 (Vitória)
2015 – 42 (Avaí)
2016 – 43 (Internacional)
2017 – 43 (Coritiba)
2018 – 40 (América-MG)
2019 – 36 (Cruzeiro)
À esquerda da coluna, os últimos 16º colocados do Brasileirão, que permaneceram na Série A. Já do lado direito, os 17º colocados, rebaixados para a Série B