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Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Datafolha mostra que mais de 27% das mulheres ouvidas sofreram algum tipo de agressão no ano passado. O levantamento mostra ainda que 76% das vítimas afirmaram conhecer o agressor. 

Um fator que chamou a atenção foi que o vizinho como autor da violência (21,1%) fica atrás apenas do cônjuge (23,8%). A categoria “vizinho” sequer constava nas opções do questionário, mas foi acrescentada após ser muitas vezes citada na lacuna “outros”. 

A violência contra a mulher foi tema do Debate Super Sábado (2) desta semana na Sagres 730. A presidente do Conselho Estadual da Mulher (Conem), Ana Rita de Castro, argumenta sobre o resultado da pesquisa. “Esse dado não é novo para nós. De fato, para as mulheres vítimas de violência, para as crianças até 13 anos que são vítimas de violência sexual, o agressor é sempre alguém da família ou ligado à família. Temos que cobrar do Estado essas políticas públicas mais eficientes e efetivas para conseguir proteger esse público e estimular para que façam as denúncias. É preciso ações de repressão e auxílio às vítimas”, afirma. 

A defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem), Gabriela Handam, afirma que os dados corroboram o que é visto no dia a dia da violência contra a mulher. “O lugar mais perigoso para a mulher, infelizmente, é dentro de sua casa. O seu maior algoz é alguém conhecido e, normalmente, um parente direto. Um pai, um padrasto, um marido, um avô”, enumera. 

Titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Paula Meotti, participou por telefone do debate. Segundo ela, um agravante dificulta ainda mais o ato da denúncia. “A dificuldade de se combater tem um acréscimo, porque são pessoas que geralmente a vítima tem muito afeto, nutre confiança, respeito, então é uma situação que torna ainda mais complexa”, analisa. 

A integrante da Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, sargento Fabiany Pereira, relata o que os agentes costumam ouvir quando fazer o trabalho de proteção e acompanhamento a mulheres vítimas de violência. 

“Quando vamos fazer os acompanhamento de medida protetiva quando nós vamos até a residência, somos muitas vezes abordados por vizinhos, populares, e que tem sempre esse costume de dizer ‘essa mulher teve esse problema ontem, mas no mesmo dia ela retornou com o companheiro’. Não nos cabe julgar isso. Em briga de marido e mulher, tem que meter a colher. Se a sociedade não meter a colher, vai acontecer o pior”, alerta. 

A pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, foi realizada com 1.092 mulheres acima de 16 anos nos dias 4 e 5 de fevereiro deste ano, 130 municípios brasileiros. 

Confira o ranking dos agressores 

1 – Cônjuge/companheiro/namorado (23,8%);

2 – Vizinhos (21,1%);

3 – Ex-cônjuge/ex-companheiro/ex-namorado (15,2%);

4 – Pai ou mãe (7,2%);

5 – Amigos (6,3%);

6 – Irmãos (4,9%);

7 – Patrão ou colega de trabalho (3%).

Confira os endereços e telefones para denúncias na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher. 

Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher – DEAM (Região Central)
Delegada: Paula Meotti
Rua 24, nº 203, Qd. 49, Lt. 27, Centro – CEP: 74030-060 – Goiânia -GO
Fones: 3201-2801 / 2802 / 2807 / 2818 / 2820
E-mail: [email protected]

Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher -DEAM (Região Noroeste)
Delegada: Cássia Costa Sertão
Av. do Povo com Rua E, Qd. 10, Lt. 101, Jardim Curitiba-II – CEP: 74480-110 – Goiânia-GO
Fones: 3201-6344 / 3201-6332 /3201- 6331
E-mail: [email protected]

DEAM – Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher – Aparecida de Goiânia

Endereço: Rua Paracatu, Quadra 81, Lote 7, s/n – Vila Brasilia, Aparecida de Goiânia – GO, 74910-180

Telefone: (62) 3201-2644

O telefone da Patrulha Maria da Penha também é Whatsapp: é o (62) 9 9930 9778.