O golpe sentido pelo Atlético na última rodada foi dos mais duros no mundo do futebol. Dependendo só dele, o Dragão jogou fora o sonho da Série A ao perder para o Santa Cruz, e o sentimento ruim ficou evidenciado no semblante do técnico Wagner Lopes, que poderia escrever o nome na história do clube. Wagner entende que a derrota traz duras lições, muitas delas fora de campo, no dia a dia, com o papel da diretoria.

“É uma tristeza muito grande, mas a gente sai com o sentimento de que fizemos tudo o que poderia ser feito. A gente sai com algumas lições, mas a diretoria também tem que aprender algumas, principalmente o que aconteceu nessa semana. Nosso time foi guerreiro, teve brio, fizemos nosso melhor, mas simplesmente não deu, e uma lição que podemos tirar é que o outro lado fez mais por merecer que nós”

A informação do repórter Juliano Moreira, da 730, é que, durante a semana, os cheques de alguns jogadores do elenco voltaram, e a diretoria não conduziu isso da melhor forma. Wagner deu a entender que isso realmente aconteceu, mas acredita que o momento é de agradecer pelo trabalho de resgate feito no clube, já que quando chegou, o time estava na parte de baixo da tabela. O treinador revela que tem propostas de outros clubes, mas quer conversar para se manter.

“Eu só tenho que agradecer o Atlético e jamais vou resolver os problemas de forma externa, eu respeito todos no clube. Não é fácil, é hora de calma, é hora de aprender com os erros e não deixar acontecer no ano que vem o que aconteceu esse ano. Eu ainda não sei o que vai acontecer, mas espero ter uma conversa. Eu quero, mas quero também que eles me chamem o mais rápido possível. Eu tenho convites sim, mas quero conversar aqui primeiro”

A conversa não deve ser difícil para um time normal, mas para o Atlético, é preciso ser ofertado e cumprido algo diferente do que foi esse ano. Wagner Lopes destaca que quer “pelo menos” o básico, que são salários em dia, e reconhece que a situação da diretoria não é das melhores, pois falta investimento de grande porte no clube.

“O que eu considero básico é o normal do trabalhador, o que foi combinado, ser cumprido lá na frente. A partir do momento que foi combinado, não importa como vai ser, tem que ser feito. Eu sei que a diretoria tenta de todos os lados, o Atlético precisa ter arrecadação, precisa ter um patrocinador máster, que ainda não tem, então eu entendo um pouco o lado deles, é muito difícil tocar futebol agora, mas o básico é ter salários em dia”