(Foto: Sagres Online)

Suspenso por doping por causa do uso um diurético – medicamento para emagrecer – proibido pela comissão antidopagem, o atacante Walter não joga desde o fim da Série B 2018, quando ajudou o CSA a subir para a primeira divisão. Morando em Goiânia, tem mantido uma rotina de treinos que pode ser acompanhada em suas redes sociais, tudo para tentar manter a forma física até a data da sua liberação, que deve acontecer no mês de julho, ou antes, como tenta o jogador e seu advogado.

Aos 29 anos, com 10 de carreira, o atacante fez questão de mostrar que sempre foi disciplinado quanto ao uso de medicamentos nos clubes por onde passou, e que houve negligência de um médico do CSA no seu caso.

Em um bate papo com o comentarista da Sagres 730, Charlie Pereira, o atacante, que tem contrato com o Porto, de Portugal, até o julho deste ano, mas que não tem recebido seus salários por causa da suspensão por doping, não se esquivou das perguntas e falou sobre vários temas, entre eles, a vontade de jogar com Michael, e ainda a chegada de Eduardo Baptista para o Vila Nova.

Confira abaixo a entrevista completa do atacante Walter, que foi claro quanto às amizades no futebol: “Quando estamos em um momento difícil, as pessoas somem”

Charlie Pereira – E esse momento sem jogar por causa do doping?

Walter – “É um momento muito difícil, mas por outro lado eu vi quem está do meu lado, os amigos e os traíras, porque no mundo do futebol, quando estamos em um momento difícil, as pessoas somem. Mas Deus tem sido bom comigo, porque não estou sentindo tanta falta de jogar, claro que quando vejo um jogo na televisão dá vontade, mas aquela gana ainda não”.

Charlie Pereira – você foi pego no doping por causa de um diurético?

Walter – “Foi um remédio que tomei pra emagrecer. As pessoas falam que eu não levei pro médico, mas levei sim pro médico do CSA. O problema é que não tenho como provar que consultei o médico. Ele liberou. Tenho 10 anos de carreira e nunca precisei tomar remédio sem consulta médica”.

Charlie Pereira – E é um período que você além de jogar também não recebe do Porto, com quem você tem contrato até o meio do ano?

Walter – “O bravo é isso. Você fica sem jogar e automaticamente sem receber por causa da suspensão. É muito difícil, porque você tem as suas coisas, se não tem um dinheiro guardado passa um sufoco muito grande, e eu não esperava”.

Charlie Pereira – Se qualquer clube quiser contrata – lo no segundo semestre, após o contrato com o Porto e o julgamento, você estará livre para assinar?

Walter – “Tenho quase certeza que esse resultado vai vir o mais rápido possível. Vou estar livre com o passe na mão. Eu e meu advogado já estamos conversando com o Porto pra entrarmos em um acordo, pois ai fica mais fácil pra eu me apresentar a um time que tenha interesse”.

Charlie Pereira – Tem vontade de jogar pelo Goiás numa Série A de Brasileiro?

Walter – “Certeza. Se eu falar que não, estou mentindo. Tenho um carinho muito grande pelo Goiás e a minha última ida pra lá não foi legal. Espero voltar sim, não sei quando, mas tenho quase certeza que vou voltar sim. Tanto os dirigentes, quanto a torcida tem um carinho muito grande por mim”.

Charlie Pereira – E o Michael? Tem vontade de jogar com ele?

Walter – “É uma vontade que tenho, jogar com ele. Com a qualidade que tenho, do passe longo, com a característica que tenho de sair da área para armar a jogada, para ele fazer o “facão” por trás dos zagueiros, me ajudaria muito. Quero um dia jogar com ele”.

Charlie Pereira – E a chegada do técnico Eduardo Baptista no Vila Nova?

Walter – “Nunca neguei pra ninguém que tenho um carinho pelo presidente Ecival (Martins). Quando sai do Goiás foi o primeiro que me ligou e deixou as portas do Vila Nova abertas pra mim. Quero dar os parabéns pra ele por ter contratado esse grande treinador, Eduardo Baptista. Não trabalhei com ele, mas muita gente fala que ele é muito bom. O Vila trazendo esse treinador, tá pensando grande, em ser campeão goiano, subir para a Série A, porque ele tem perfil de primeira divisão”.

Charlie Pereira – você falou em perfil de Série A, mas jogaria uma Série B pelo Vila?

Walter – “A Série B é um campeonato muito importante. Sem dúvida que uma Série A é o mais importante, mas muitos querem jogar a Série B. Tudo pode acontecer. Tenho 29 anos, preciso trabalhar e tenho minha família. Não vou falar pra você que nunca vou vestir a camisa do Vila, pois estarei mentindo”.

Charlie Pereira – E o Atlético, onde você jogou em 2017?

Walter – “Foi um momento em que teve jogos que fui muito bem e outros fui mal. Pra jogar uma Série A, o time tem que ser muito bom e lá fomos jogar depois de mandar 20 jogadores embora e contratar mais 20. Na Série A não pode, ela puni. Sempre falo que também tenho vontade de voltar para o Atlético para ter uma ano inteiro, porque lá é muito bom pra trabalhar. O Adson é um presidente muito bom e tenho um grande carinho por ele. Tudo o que ele fala, ele cumpre. Sinto que eu podia dar um pouco mais no Atlético”.