Sustentar o crescimento econômico per capita de acordo com as circunstâncias nacionais e, em particular, um crescimento anual de pelo menos 7% do produto interno bruto [PIB] nos países menos desenvolvidos. Esta é a meta 8.1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8 da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas). Este ODS visa promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
Na primeiro episódio da série Caminhos da Sustentabilidade, no Sagres em Tom Maior #288, o professor e especialista em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, explica como é possível que as nações em desenvolvimento listadas pela ONU possam alcançar esta meta. Confira a entrevista na íntegra a seguir
“É uma possibilidade real dado o contexto que a ONU desenvolve, principalmente na igualdade de oportunidades por fluxo de investimentos e a nova economia. Então não é um chute aleatório. Tem a ver com uma base e também com a própria necessidade desses países crescerem, porque se não houver esse choque de crescimento desses países em desenvolvimento eles vão envelhecer e aí, sem crescimento, sem riqueza, o cenário é bem pior. Então há a necessidade desse empurrãozão para alavancar esse crescimento”, afirma.
Mas e o Brasil? Questionado sobre quais possibilidades de o país chegar aos 7%, Ongaratto afirma que o gigante sul-americano deverá passar por um período de recuperação em razão da pandemia, e que dificilmente alcançará o índice que já obteve entre os anos de 2003 e 2007.
“A gente tem um teto de gastos que acaba freando esse Estado empreendedor, e a própria política do governo federal que espera que a iniciativa privada faça os investimentos macro, em infraestrutura, porque estes é que são necessários para ter essa alavancagem. A gente espera que o Brasil tenha essa recuperação, mas que não chega nesse patamar de 7%, é muito difícil. Seria muito interessante, mas creio que dadas as políticas do últimos sete a dez anos acho praticamente inatingível”, analisa.
