Em entrevista à Tribuna, o candidato afirma que vai trabalhar pela unidade do DEM. José Eliton foi coordenador jurídico da campanha de Demóstenes Torres ao governo do Estado, em 2006, e também participou das campanhas de Marconi em 1998 e 2002.
Tribuna – O senhor foi indicado para ser o vice do senador Marconi Perillo. Qual deve ser o seu papel nessa campanha?
José Elliton Júnior – Eu acho que o papel principal de um vice é tentar compor e escutar todas as forças que compõem um arco de aliança e fazer chegar esse pensamento ao governador para que ele possa filtrar e escolher por executar aquelas propostas que são melhores e mais condizentes com o seu pensamento e sua forma de governar. Tenho ciência do que o cargo me impõe, mas eu pretendo ter um papel ativo no sentido de pontuar e demonstrar as nossas ideias, a nossa forma de enxergar o mundo para que o governo seja uma obra do conjunto de todos aqueles que o compõem.
O senhor vai fazer a interlocução do senador Marconi Perillo com o Democratas?
Claro. Quero buscar unificar todo o partido. Em determinados momentos históricos houve cisões, e eu quero ser um elemento de unificação do discurso e de posicionamento do partido não só em relação ao senador Marconi, mas em uma relação com a sociedade. Eu acho que é chegado o momento do Democratas aliar o posicionamento ideológico dele e marchar unido em suas posições. A divergência interna é importante e salutar, sem dúvida. Mas uma vez a decisão tomada, o partido deve marchar junto com ela.
Depois da convenção do DEM, algo recorrente é que sua indicação para a vice foi uma imposição de Ronaldo Caiado. Como o senhor analisa isso e como se deu a chegada ao seu nome?
Os convencionais optaram por aclamação. A única chapa que estava concorrendo na hora entendeu por bem se retirar. Em um gesto de grandeza, Joel Santanna optou por retirar o pleito dele e hoje é candidato a deputado estadual. A eleição foi por aclamação, então eu não consigo enxergar isso como imposição. Ao contrário, eu vejo o exercício pleno da democracia no partido Democratas. Eu não tenho referência histórica em Goiás e em nenhum outro local de uma pessoa que é liderança – e o Ronaldo Caiado exerce uma liderança muito forte no partido, isso não é segredo – que em detrimento de pensamentos pessoais, tenha ouvido e deixado os convencionais se manifestarem e se posicionarem. Foi isso o que ocorreu na convenção. Ronaldo demonstrou uma grandeza como líder partidário muito grande.
A indicação do seu nome partiu do deputado Ronaldo Caiado?
Sim. Por meio de uma conversa, depois obviamente foi uma construção do partido, com o senador Demóstenes, com todos os membros do partido, que culminou com a aclamação na convenção. Claro que se não houvesse uma construção, um consenso, não existiria candidatura.
O senhor não vê nenhuma contradição na atitude de Ronaldo Caiado, que afirmou que vai se comportar de forma neutra na campanha, não vai pedir votos pra Marconi Perillo e ao mesmo tempo teve essa participação na indicação do vice?
Absolutamente. A primeira coisa a ser analisada é o posicionamento pessoal do Ronaldo. As questões de natureza pessoal que envolvem ele e Marconi não competem a mim. Não cabe a ninguém adentrar nesse universo subjetivo, porque é uma situação a ser solucionada pelos dois. Do ponto de vista partidário, ele agiu como magistrado, atendendo a um sentimento da base. Ninguém acreditava que ele tomaria a decisão no dia 30, como de fato ele tomou. Ele ouviu toda a base, fez encontros regionais em todo o estado de Goiás para chegar àquela posição, respeitando uma opção partidária. Aliado também a um sentimento nacional, porque o partido tem uma proximidade com o PSDB em nível nacional. Eu acho que não há contradição nisso e eu espero que caso o Ronaldo reveja essa posição dele e venha para o palanque será uma alegria imensa para todos nós.