O requerimento apresentado pelo deputado Estadual Delegado Eduardo Prado para criar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Goiás, que visava investigar a prestação do serviço de transporte público de Goiânia, foi arquivado por não ter o mínimo de 14 assinaturas.

De acordo com o presidente da Alego, Lissauer Vieira, disse à Sagres 730 que o deputado Delegado Eduardo Prado viu a necessidade de fazer a CPI, após discussões em relação ao transporte público e principalmente o transporte escolar. “Eu acho que é legítimo da parte parlamentar dele, mas esse período em que estamos em isolamento social e não está tendo sessões presenciais, fica um pouco mais difícil pegar as assinaturas suficientes e até mesmo conversar e explicar para os deputados”.

O presidente explicou que o deputado conversou via WhatsApp com uma grande maioria dos parlamentares e pegou assinaturas digitalizadas. “O Regimento Interno é omisso com relação a isso, então, se omisso, pode valer”, disse. “A assessoria parlamentar conferiu todas e batiam com assinatura dos deputados, mas dois deputados (Iso Moreira e Chico KGL) falaram que conversaram com o delegado Eduardo Prado, mas não confirmaram assinaturas e pediram através de requerimento a retirada das suas assinaturas da CPI”.

Para Lissauer Vieira, este não é o momento para CPI. “Eu tenho uma convicção muito forte, que nós estamos no período de problemas enormes com a saúde pública, de cuidar de vidas e ainda temos que planejar e trabalhar fortemente para recuperar a economia Estado”, disse. “Então não vejo motivos para focarmos forças em processos que vão gerar mais crise”. Lissauer afirmou à Sagres que está dialogando com os deputados para evitarem “CPI’s ou qualquer outra pauta que gera mais crise para o Estado de Goiás”.

Denúncias de irregularidades

Na sessão desta terça-feira (9) os deputados de oposição usaram todo o tempo de discussão de matérias e do Pequeno Expediente, espaço para debates de temas políticos, para criticar o governo e a condução das duas denúncias. O deputado Humberto Teófilo (PSL) acusou diretores da Codego do crime de subtração de documentos no processo de venda da área pela à ETS.

Ele se referia ao sumiço dos pareceres do antigo presidente da companhia, Pedro Sales, sugerindo que a venda fosse pelo preço de mercado e não pelo preço que o governo vende terremos à indústria. O segundo parecer era da Controladoria-Geral do Estado concordado com tese de Sales.

No entanto, o contrato de venda foi assinado pela Codego com a ETS em 20 de abril por R$ 25 mil e não pelo valor sugerido nos pareceres, que seria de R$ 5 milhões. O deputado Talles Barreto (PSDB) anunciou coleta de assinaturas para instalação da CPI dos Grampos. São necessárias 15 assinaturas para instalação de uma CPI.

De acordo com Lissauer Vieira, são questões preocupantes e geram uma crise no governo, principalmente na Assembleia Legislativa, onde tem embates e debates de ideias. “Nós precisamos analisar os fatos como eles são, não podemos fazer com que gere crise sem um motivo essencial para isso. O caso da Codego, esse processo da área do Daia para construção de um shopping vem desde 2012, ele foi tramitado, em 2017 quase foi concluído. Agora nesse governo teve um avanço nesse processo”, disse.

“Não tenho dúvida que esse fato será esclarecido, já está nos órgãos competentes, mas não podemos deixar de lembrar que isso começou em governos passados e agora, o ex-presidente da Codego, Pedro Sales, deu um parecer negativo dentro desse processo juntamente com a PGE. Precisa ser investigado, porque alguém mexeu nesse processo e retirou esse parecer contrário que foi feito no ano de 2019”, detalhou.

Outro assunto de investigação dentro do governo é sobre o áudio de Jorge Caiado, primo do governador, acusando o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, de grampear seu telefone e de desviar R$ 1 milhão do Corpo de Bombeiros. “Esse caso já está nos órgãos competentes para poder ser apurado, o secretário saiu de férias, e eu acho que o governo tem que ter a consciência de resolver essas questões de cabeça fria”.

Na Assembleia, o deputado Talles Barreto criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso. De acordo com Lissauer, cada parlamentar tem sua prerrogativa, mas seu posicionamento continua sendo o diálogo para evitar CPI’s. “A Assembleia está atenta a tudo isso”.