Hoje, a dengue ocorre em mais de 100 países. O Aedes aegypti, vetor da doença, é uma espécie de mosquito hematófago, parasita que se alimenta de sangue, originário da África. Acredita-se que tenha aportado no continente americano junto com os navios negreiros na época da colonização, século XVI. Já o vírus da dengue é proveniente da Ásia.  

No Brasil, há referências de epidemias de dengue desde 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem comprovação laboratorial. A história mostra que há mais de cem anos autoridades de saúde tentam eliminar o Aedes aegypti, sem sucesso. O clima dos trópicos, quente e úmido, é adequado para a expansão do vetor.

No Brasil houve um período de erradicação, uma conquista que durou pouco mais de 3 anos consecutivos. Mas devido às falhas na vigilância epidemiológica e à urbanização acelerada, o mosquito retornou ao Brasil já em 1976. Foram confirmadas reinfestações no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro. Entretanto, todavia não foram registrados casos de dengue. Nos anos seguintes, o mosquito se espalhou pelo país até que, em 1995, a distribuição geográfica do Aedes aegypti já era similar à verificada antes dos programas de erradicação do mosquito.

Goiás sofreu a primeira epidemia de dengue em 1994. Naquela época foram notificados cerca de 3.500 casos de dengue clássico, 98% dos casos registrados em Goiânia. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, após 1994, houve a interiorização da doença. Nos últimos dez anos, a capital enfrentou cinco epidemias e a mais grave ainda pode está por vir.