O Governo Federal publicou no Diário Oficial, na última semana, um bloqueio adicional de R$ 6,73 bilhões no orçamento para 2022, nas pastas de Saúde e Educação. Em entrevista à Sagres, o reitor do Instituto Federal Goiano, Elias de Pádua Monteiro, afirmou que os sucessivos cortes financeiros deixam o IF Goiano “numa corda bamba” e que a falta de recursos “ameaça a estabilidade e o futuro das instituições”.

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“Se formos olhar o orçamento dessas instituições, desde 2015, nós tivemos um aumento significativo do número de matrículas e, em contrapartida, uma redução no nosso orçamento”, declarou Elias, que disse ainda que essa realidade “confronta o objetivo de oferecer educação pública, gratuita e de qualidade”.

Diante do cenário atual, o reitor afirmou que alguns cortes podem ocorrer e alguns contratos podem ser finalizados. “Estamos falando de famílias envolvidas, empregos, tudo mais. Em média, o IF teve um corte mesmo, não bloqueio, de cerca de R$ 5 milhões. Esse montante é o que nós necessitamos para fechar nossas atividades até o final do ano”, explicou.

Elias ressaltou a importância do IF Goiano em um momento de apagão de mão de obra qualificada e de perda de aprendizagem. “2022 deveria ser o ano de retomada da educação após dois anos de escolas fechadas devido à pandemia da Covid-19 e a perda de aprendizagem de adolescentes e jovens em razão da paralisação. Então a ideia era de recomeço para os estudantes, entretanto o cenário é um pouco incerto”.

Apesar das dificuldades, o reitor do IF Goiano fez questão de afirmar que a instituição não vai fechar, mas precisará de um reposicionamento. “Vamos priorizar, com certeza, aquelas ações voltadas para os nossos estudantes”.

Hoje, o IF Goiano está presente em 12 cidades, com 14 unidades, sendo 12 acadêmicas. São aproximadamente 1.700 servidores, com cerca de 750 professores. O instituto oferece 100 cursos de graduação, 112 cursos técnicos, 12 programas de mestrado, um doutorado e doutorado em rede para 20 mil estudantes. “É uma máquina voltada para toda a população e, principalmente, para aqueles que não teriam oportunidade em outras instâncias”, concluiu.

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