Urna Eletrônica. Foto: TSE

A eleição presidencial 2018 está sendo marcada por um debate raso e personalista. Propostas para o desenvolvimento do país, visando a resolução de problemas para Saúde, Educação, Economia, entre outros, praticamente não estão sendo discutidos. Candidatos e eleitores têm se envolvido com uma questão que tem tomado muito tempo neste pleito: as chamadas Fake News.

Problemas

As Fake News têm tomado conta do ambiente eleitoral, já que candidatos tem gastado energia para se explicar determinados temas. Há aqueles que tem se valido de mentiras para denegrir a imagem do outro candidato, o que não é benéfico para o processo e para o país de modo geral.

Nestas eleições, a disseminação de notícias falsas tem ocorrido em grande por redes sociais. Vale ressaltar que vários perfis não são verdadeiros. Além disso, o Whatsapp, dúvida, a mais problemática das redes sociais quando se fala em desinformação. Neste ambiente, as mensagens circulam livremente e não há a figura de um regulador de mensagem, em que as pessoas podem classificar o que é verdadeiro ou não.

Exemplos

Vejamos algumas Fake News: Manuela D’Ávila (PC do B), vice de Fernando Haddad (PT) é vítima de publicações falsas em que ela teria declarado que não é cristã, o que não é verdade. Vídeos sobre o assunto com cortes e sem contextualização foram distribuídos, gerando desgaste para ela. Manuela foi vítima de diversas Fake News.

Outra Fake News bastante explorada é que Fernando Haddad teria uma Ferrari. Um vídeo apresenta a descrição que ele desceu do carro em uma atividade de campanha. Na verdade, o Haddad, enquanto prefeito de São Paulo participou de uma ação durante corrida no Autódromo de Interlagos.

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) também foi vítima de uma falsa notícia. Foi divulgada informação de que ele teria votado contra a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência Física, o que não é verdade. Bolsonaro foi contra apenas um artigo da matéria, mas não contra todo o corpo do texto.

Outra colocação relacionada a Bolsonaro é a de uma imagem atribuída a Jair Bolsonaro a frase “um paciente com câncer custa muito caro para o Estado, vamos cortar essa farra”. A imagem ainda diz que a afirmação foi dada durante uma entrevista para a Folha de S. Paulo. A colocação não é verdadeira.

Críticas

As candidaturas de Bolsonaro e Haddad cometem deslizes e pouco se esforçam para mudar a realidade. O candidato do PSL na condição de favorito para vencer as eleições deveria ter mais responsabilidade e não ficar espalhando notícia falsa, uma delas foi quando o presidenciável foi até a bancada do Jornal Nacional da Tv Globo.

 Ele destacou o livro Aparelho Sexual e Cia ao chamado “kit gay” — conteúdo de combate à homofobia para ser divulgado nas escolas públicas brasileiras. O livro, porém, nunca fez parte de nenhum “kit gay”, nem foi comprado pelo Ministério da Educação (MEC) para ser distribuído em escolas públicas. Jornal Nacional na noite de terça-feira (28). A publicação apresentada pelo candidato se trata da tradução do livro francês Aparelho Sexual e Cia, lançado no Brasil em 2007 pelo selo juvenil da Companhia das Letras. Faltou responsabilidade ao candidato.

Da mesma forma, o candidato Fernando Haddad, reclamou nos últimos dias de ter sido alvo de conteúdos falsos, mas o partido do candidato deixou de assinar termo de compromisso do Tribunal Superior Eleitoral, elaborado no início de junho para combater a disseminação de conteúdos falsos na disputa eleitoral deste ano. O PT errou ao não assumir o compromisso antes do início do processo eleitoral.

Outro erro cometido pela candidatura de Haddad foi na divulgação citada acima de que Bolsonaro teria votado contra o estatuto da pessoa com deficiência. A equipe de Haddad fez postagens no twitter, mas teve que apagar após descobrir que a informação é falsa. Faltou um pouco mais de cuidado.

Reflexão

As eleições passam, os problemas ficam. Candidatos e eleitores ficam espalhando mentiras por aí, prejudicando o debate, que poderia ser mais aprofundado. Os dois presidenciáveis deveriam ser cobrados sobre os compromissos com o país, sobre o que pensam sobre o futuro, a partir de propostas, não ficar mais perdendo tempo desmentindo o que o outro disse ou deixou de dizer.

O eleitor também deve refletir sobre o seu comportamento nestas eleições. No dia a dia reclama que os serviços prestados pelos governos são ruins, no momento em que há a oportunidade para fazer cobranças, há a preocupação em fazer defesas personalistas, ou ainda espalhar Fake News, sem querer saber se de fato aquele conteúdo é ou não verdadeiro.