O sábado (18) marcou o dia da final da edição goiana da Taça das Favelas, com disputas entre os times masculinos e femininos no estádio Antônio Accioly. Após a vitória de 4×1, o capitão Pedro Henrique, mais conhecido como PH, comemorou o placar e destacou a geração de oportunidades na competição.

“A Taça mudou a minha vida tanto psicologicamente, tanto fisicamente. Esse campeonato dá visibilidade, é uma coisa diferente. É essa atmosfera da taça que me encanta”, diz.

Oportunidades

Segundo PH, essa foi a sua última participação na Taça das Favelas. Ao todo, já participou de quatro, vencendo duas, em anos consecutivos. Para ele, o esporte foi o que viabilizou melhores oportunidades e ainda é a principal porta de acesso para um futuro com mais opções.

“Sou um menino de comunidade. Meu pai faleceu e eu era muito novo. Acho que foi isso que me trouxe pro esporte. Eu vivi tudo o que uma favela sente em casa. A pressão, angústia.  O esporte é a única coisa que da para um favelado a chance de ser bom aqui dentro e o cara tem visibilidade para o futuro”, completa.

Futebol feminino

O futebol feminino também abraça a visibilidade gerada pelas disputas da Taça das Favelas. Nesse caso, o campeonato ainda é um instrumento para mostrar a qualidade do jogo de meninas e mulheres, que ainda precisam “provar” que sabem jogar.

“A Taça das Favelas foi um divisor de águas no estado de Goiás em termos do futebol feminino”, garante Patricia Menezes, ex-atleta e gestora do Gentil Meireles, time que ganhou na disputa feminina, com um placar de 7×1.

 “Quando começa o ano as meninas já perguntam quando será a Taça das Favelas. Comecei a jogar com 18 anos. Fui a primeira atleta goiana a participar da seleção brasileira de futebol, fui convocada a participar dos treinamentos. Quero é manter vivo o futebol feminino no estado de Goiás”, comenta.

Família

Se vivenciar a experiência de uma disputa na Taça já é emocionante para as equipes, as jogadoras Eliene Alves e Karine Alves recebem uma dose extra, já que mãe e filha, respectivamente, vivenciam juntas o “gosto” da competição.

Neste ano, Eliene jogou sua terceira competição e se alegrou ao ver a filha, Karine, inscrita na seleção. “Foi muito bom ter essa experiência. Ano que vem espero que eu esteja aqui de novo para conseguir a vitória”, explica a representante do time Monte Azul, de Senador Canedo.

“A minha inspiração foi minha mãe. Como ela é zagueiro, eu também sou zagueira. Nós estamos seguindo firmes, ela começou e eu também comecei a jogar”, reforça Karine, que define a Taça como uma grande emoção.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

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