Pela primeira vez, desde 1945, a terceira maior economia da União Europeia, a Itália, está prestes a ser governada por uma liderança da extrema direita. Giorgia Meloni, ultraconservadora, de 45 anos, pode se tornar a primeira mulher a governar o país e o historiador e professor de geopolítica, Norberto Salomão, analisou essa ascensão da ultradireita na Itália.

“A gente acompanha com certa preocupação, porque ela é claramente uma fã do partido fascista. Se vocês pegarem o símbolo do partido dela, o Fratelli d’italia, traduzindo para nós, os irmãos da Itália, se associou à La Liga, ao grupo do Silvio Berlusconi, grande empresário que já teve acusação de corrupção, desvios, enfim, venceram as eleições. Então, hoje eles têm a maioria fácil, tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado também”, explicou.

De acordo com Norberto Salomão, há uma preocupação porque Giorgia Meloni liderou uma campanha baseada no euroceticismo, ou seja, na rejeição à União Europeia, e nas políticas anti-imigração, além de propor a redução dos direitos da comunidade LGBTQ e de acesso ao aborto.

“As ideias que são defendidas muitas vezes atentam contra os direitos humanos, a questão do multilateralismo e defendem relações mais bilaterais. É um problema, mas esse crescimento da extrema direita na Europa já vem ocorrendo desde 2015, com aquela crise imigratória da Síria e do Iêmen e é uma das plataformas que levou a Giorgia Meloni e seu grupo ao poder”, destacou.

Os Irmãos da Itália, liderados por Meloni, obtiveram 26% dos votos nas eleições gerais desse domingo (25). Seus principais aliados, a La Liga, de Matteo Salvini, e o Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, alcançaram 9% e 8%, respectivamente. Assim, a coalizão da direita terá maioria folgada no Parlamento.

Somados, os três partidos terão 237 cadeiras na Câmara dos Deputados de um total de 400. A coalizão também terá maioria no Senado, com 115 cadeiras de 200. A coalizão de direita também conta com um partido pequeno, que representa menos de 1% dos votos, para um total de 43,8% dos votos no Parlamento.

Confira a análise completa de Norberto Salomão:

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