Em 31 de dezembro termina o mandato dos atuais vereadores e do prefeito Iris Rezende. Parlamentares da atual legislatura insistiram durante a semana a necessidade de se aprovar o Plano Diretor ainda neste ano. No entanto, a secretária municipal de Finanças e coordenadora do Plano Diretor, Zilma Peixoto, acredita que o tempo é curto tamanha complexidade da matéria. A prefeitura pretende atender recomendação do Ministério Público para analisar o impacto das emendas apresentadas pelos vereadores.

Em 23 de setembro, um grupo de oito vereadores assinaram três emendas (sem se identificar, apenas com a rubrica) para aumentar a zona urbana de Goiânia e o adensamento da cidade, ou seja, a concentração de edifícios e outras grandes construções em determinadas regiões.  As emendas beneficiavam diretamente o setor imobiliário, por permitir o loteamento de áreas rurais, aumentando os vastos vazios urbanos já existentes em Goiânia

“A gente precisa responder ao Ministério Público, se as emendas são tecnicamente viáveis e se financeiramente também são viáveis. Se aprovar da forma como está lá ficaria um ônus muito grande ao Município, trazendo uma responsabilidade financeira, que o Município não está preparado para isso. Acho que o tempo é curto, porque em 18 de dezembro teremos a paralisação da Câmara, no recesso parlamentar e estamos falando em passar por todo esse processo em 30 dias”, afirmou a secretária em entrevista à Sagres.

Zilma Peixoto explicou que o projeto foi retirado para verificar o que seria viável ou não. Ela aguarda resposta da Câmara quanto aos mapas oficiais da expansão. Ela quer saber qual a justificativa para se propor a ampliação da área territorial urbana.

“Tivemos as informações, mas não o mapa oficial. É preciso informar e qual a justificativa de inclusão dessas áreas, pois o pilar do Plano Diretor da não expansão, é pela quantidade de vazios urbanos que o Município tem e que não justificaria nós expandirmos e atribuir custos como levar água, energia, transporte. Nós pedimos a Câmara quais são as diretrizes para nova expansão. Para que eu possa responder o Ministério Público, precisamos receber essas informações, fazer as análises principalmente dessa emenda mais controversa ao projeto”, destacou.

A secretária ainda relatou que é preciso da resposta das concessionárias de água e energia que atuam em Goiânia, Saneago e Enel para saber a viabilidade de se levar água, esgoto e energia elétrica para a área proposta pelos vereadores para ser expandida.

“O que a gente observa é que isso precisa ser amplamente discutido e tomar a decisão sobre o que é melhor”, completou a secretária.