Na próxima quarta-feira (1°) ocorrerá o quarto encontro da jornada dos jovens e adolescentes que estão aprendendo empreendedorismo em Trindade. Os jovens de 16 e 17 anos são estudantes de primeiro e segundo anos do ensino médio e fazem parte do Programa Miniempresa, voltado para o ensino financeiro e de como montar uma empresa do zero.

O Programa Miniempresa é uma iniciativa internacional de uma organização social educativa que prepara os jovens para o empreendedorismo, a  Junior Achievement (JA), de Massachusetts (EUA). Presente em mais de 100 países, a JA está em Goiás há 20 anos, com foco na preparação de jovens para o mercado de trabalho e organização financeira.

A JA realiza o programa em parceria com empresas e instituições de ensino locais, portanto, o projeto chega em Trindade com participação do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) – Câmpus Trindade e da empresa Mundo Planalto Parques e Resorts, empresa de urbanismo presente na cidade.

Empreendedorismo para adolescentes

O IF Goiano é responsável pelos estudantes e pela estrutura de realização do projeto, no caso a sede em Trindade, e a empresa convidada é responsável pela mentoria. Este ano, participam da formação voluntária 33 estudantes, que terão 13 semanas de formação prática, uma verdadeira jornada que ocorre semanalmente às quartas-feiras.

Mentor do programa e diretor financeiro da Mundo Planalto Parques e Resorts, Johnatas Souza explicou que o Programa Miniempresa promove a integração dos jovens com o mundo dos negócios através das aulas de empreendedorismo. “Dentro dele a gente fala sobre resolução de problemas, liderança, oportunidade, situações de controle e marketing”, contou.

Assim, os adolescentes têm a oportunidade de criar uma empresa e compreender as etapas de produção e administração do próprio negócio. Souza acrescentou que o projeto visa a qualificação dos jovens para o mercado, inclusive como jovens aprendizes.

“Como existe o programa de jovens aprendizes, então a gente tem uma tendência de ter essa mão de obra lá na frente. Eles têm a oportunidade de ter a miniempresa deles e verem como funciona e, possivelmente, a gente vai poder contratar como Jovem Aprendiz para ter essa mão de obra inicial”, disse.

Base para empreender?

Matheus Perdiza, o gerente de Marketing da Mundo Planalto Parques e Resorts, afirmou que “o brasileiro é um empreendedor nato”. No entanto, muitas pessoas não conseguem transformar talento em produto.

(Foto: Programa Miniempresa/Divulgação)

“O que falta para o brasileiro é a base. Saber quanto ele pode investir, o que de fato é o lucro, o que é obrigação, e o que é ativo e o que é passivo para ele como empreendedor. Então muitas vezes falta essa base”, disse. “Então o brasileiro tem um produto que está rodando na mão do consumidor, mas ele não consegue ter a base do negócio e uma longevidade interessante”, acrescentou.

Por isso existe o Programa Miniempresa voltado para jovens e adolescentes. “A ideia de um projeto como esse é capacitar o jovem e apresentar para ele uma forma de construir negócio de maneira responsável e profissional. E, assim, independente dele seguir como empreendedor ou não, a gente está fazendo uma contribuição para ele enquanto pessoa”, afirmou Perdiza.

Mentoria do programa

A ideia é que os jovens construam um negócio de verdade do zero, o que inclui a decisão do produto que será ofertado no mercado. “Eles fazem a pesquisa de mercado para identificar uma dor latente que eles acham que seja pertinente de solucionar e criar um produto. E nós, como mentores, os ajudamos a conseguir chegar no melhor resultado possível, desde o marketing até a gestão do dinheiro”, explicou Matheus.

A mentoria do programa conta com aulas sobre empreendedorismo, educação financeira, planejamento, poupança, investimento, preparação para o mercado e interação com o público. O programa projeta situações reais, por isso, todas as ações são pagas ao longo das semanas. Matheus Perdiza exemplifica que como diretor financeiro, Johnatas compartilha com os jovens sua experiência em controladoria, finanças e economia. “Ele vai ajudar os estudantes na estruturação de capital social, por exemplo”, destacou e explicou o início da miniempresa.

“Todos  recebem ações, mas cada um tem que comprar uma e vender outra, e com esse dinheiro eles levantam o capital social para formar a empresa. A partir daí todas as atividades são pagas, o que vai exigir um empreendimento, um diretor financeiro, um diretor de marketing, um diretor de sustentabilidade e um diretor de RH. E todos eles são remunerados com um valor pré-estabelecido por cada semana”, contou.

Experiência real

(Foto: Programa Miniempresa/Divulgação)

O nível de realidade do Programa Miniempresa inclui o uso do Campus Trindade do IF Goiano, cujas salas são alugadas pelos estudantes por um valor simbólico de R$ 1,50 por semana. “É para que eles entendam que todas as atividades numa empresa são pagas e que nenhuma empresa abre as portas com sede gratuitamente. E aí é onde eles começam a ser desafiados”, destacou Matheus.

Os estudantes negociam o pagamento diretamente com o diretor da unidade para o final da jornada. O fim da jornada de 13 semanas será em julho, mas a feira deste ano será no dia 1° de junho, no Shopping Flamboyant. 

“No meio da jornada existe uma feira em que todas as miniempresas de Goiás vão para lá comercializar os seus produtos. Feita essa comercialização, eles vão levantar um dinheiro X. Depois, então, tem uma assembleia com todos que compraram as ações para fazer a distribuição do lucro”, explicou Perdiza.

Conhecimento além do empreendedorismo 

Matheus e Johnatas acreditam que o conhecimento que os estudantes adquirem no projeto irá além de uma base para começar a empreender, porque o conhecimento de gestão financeira auxilia em todas as áreas da vida.

“É um conhecimento que poderá ser replicado nas finanças de casa para ajudar os pais e eles vão conseguir também administrar melhor os seus rendimentos. Então, a gente está contribuindo com a formação de um adulto responsável financeiramente e que vai entender como funciona os seus negócios. Mas se ele optar pelo caminho do empreendedorismo, já vai sair na frente de outras pessoas”, finalizou Matheus.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de qualidade e o ODS 17 – Parcerias e meios de implementação.

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