Deixar de ficar chateado seria algo impossível para Adson Batista, diretor de futebol do Atlético, após a eliminação na Copa do Brasil diante do ABC-RN na noite de quarta-feira. O dirigente, que sempre se irrita após as derrotas e tece críticas duras, dessa vez falou em um tom de decepção ao repórter Rômulo César, da 730. Primeiramente, destacou que a derrota e a desclassificação pode afetar o ambiente e quer uma cobrança maior em cima do elenco.

“O Martelotte tá fazendo um grande trabalho, mas precisa evoluir nessa questão de cobrar, ser mais intenso, porque nosso time desconcentra muito fácil. Jogou o primeiro tempo de uma forma, o segundo de outra, desligam facilmente do jogo e pagamos um preço muito caro por isso. Péssimo, isso traz uma carga negativa muito ruim por falta de concentração, de se impor dentro de casa, de ser competitiva. Muito ruim essa desclassificação, desgasta muito”

Esse apagão da equipe não aconteceu pela primeira vez contra os potiguares e, por isso a preocupação de Adson é tão grande. O dirigente deve se reunir com Martelotte nesta quinta-feira para cobrar uma reação, mas garante que o treinador não é o maior culpado pelas oscilações e entende que cada um no clube pode fazer a sua parte. Adson viu um time subestimou o adversário e isso no futebol é fatal.

“Não, ele está fazendo um bom trabalho, não tem nada disso. Eu acho que tem que ter uma evolução de nós todos dentro do Atlético, internamente, de cobrança, de responsabilidade. O Martelotte tem o valor dele, acho que perfeição não existe, tem dias que as coisas não acontecem e foi um dia infeliz, mas nós provocamos isso. O Atlético tinha condição de classificar bem, mas subestimou durante o jogo e não foi decisivo”

Observações individuais

Também um pouco comedido, Adson não quis analisar algumas peças da equipe, como por exemplo o lateral Pedro Bambu, vaiado até mesmo na tribuna durante toda a partida, ou o volante Eusébio, que tomou bola nas costas no gol da vitória do time potiguar. Entretanto, comentou sobre o camisa 10 Fábio Lima, que mais uma vez oscilou e ao ser substituído, não ficou satisfeito e teria ficado nervoso no banco de reservas. Adson reprimiu o jogador e prometeu tomar providências.

“Não vi ele fazendo isso, mas se ele fez, ele tá errado. Ele não pode fazer isso, ele tem que respeitar o comando e ele também tem que fazer uma autocrítica. Se ele fez isso, nós vamos cobrar dele, você não tenha dúvida. Aqui não tem nenhum Deus no Atlético, ninguém é Deus, mas vamos avaliar isso internamente”