Apesar da boa vitória fora de casa, sobre o Oeste, em Itápolis, nem tudo foram flores para o Dragão na viagem ao interior paulista. Após a partida, em entrevista exclusiva ao repórter Juliano Moreira, o diretor de futebol do clube, Adson Batista, ao responder sobre uma possível presidência do Atlético, desabafou sobre todas as dificuldades que vive para administrar o futebol rubro-negro e fez uma revelação bombástica: o diretor pode estar dando adeus ao Atlético Goianiense.

Quando foi perguntado por Juliano Moreira sobre uma possível candidatura para assumir a presidência do Dragão, Adson respondeu:

“Nunca pensei nisso, não tenho essa vaidade. Já fui presidente de clube do interior, sei como funciona e não teria problemas em dirigir o Atlético como presidente, mas não foi isso que pensei para minha carreira no Atlético. Se eu fosse presidente, teria que ter todos os atleticanos fortes, como o Jovair e o Valdivino por trás, para dar condições de eu poder honrar com todos os compromissos do clube. Mas reforço que não tenho essa pretensão”.

A resposta acabou gerando uma brecha para outro questionamento: qual seria o motivo para o diretor não querer ser presidente. Ele desabafou:

“A cada dia eu sinto que meu período no Atlético está terminando. É impossível continuar da maneira como está. Hoje, levamos as coisas aqui do jeito que dá e não pode ser assim, tem que ter compromisso, seriedade, organização e profissionalismo. Fazer futebol é muito difícil e se você não tiver condições e uma estrutura mínima, seu trabalho perde credibilidade e não poderemos exigir nada de ninguém. Se a gente não honrar, como vamos cobrar um futebol de alto nível? Precisamos de um aporte financeiro considerável”.

“Ficaria muito triste em ver o Atlético regredindo, mas, infelizmente, é para isso que está caminhando. Não tem condições de crescer o clube com esse orçamento de hoje. Não vou culpar ninguém, mas o modelo que temos no futebol brasileiro faz os times caminharem para trás. Tinha que ter uma divisão de receitas que agregasse todo mundo, como é na Europa, 50% divisão igualitária e outros 50% por franquia. Hoje o que os clubes recebem é migalha”.

Outro ponto negativo foi revelado por Adson, quando respondeu sobre como anda planejamento para 2015:

“Não temos condições de pensar no ano que vem ainda, nem sei se eu vou ficar aqui. Não dá para ficar sendo feito de palhaço, é brincadeira. Não tenho perfil para ficar fazendo de conta, sou um homem sério, que precisa ter condições para trabalhar. Eu tenho meus princípios e no futebol você é muito julgado, por tudo, então não vou colocar meu nome e minha carreira em xeque. Não estou afrontando ninguém, só falando as verdades”.