O quarto episódio do Agir Sustentável apresenta um ponto fundamental do chamado ciclo da água, tanto na natureza quanto no ambiente urbano: as nascentes! Você sabe como elas sobrevivem nas cidades? E como devem ser preservadas? Esta edição do programa detalha tudo isso, depois do detalhamento feito no terceiro capítulo sobre como a água chega na nossa torneira e o que acontece com o esgoto que produzimos.

Além de fornecerem água para os córregos e rios que abastecem a cidade, as nascentes também são fonte de vida para diversas espécies de vegetais e animais. Só que, para que elas continuem vivas, é preciso manter cuidados no seu entorno, nas chamadas Áreas de Preservação Permanente (APP). O problema é que as nascentes e córregos urbanos recebem constantemente lixo e esgoto.

Nossa caminhada nesta edição começa na região norte de Goiânia, com o professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás, Elizon Dias Nunes, que faz uma pesquisa detalhada sobre cada uma das mais de 550 nascentes na cidade. Direto de uma nascente preservada, o geógrafo afirma que a área de 50 metros, prevista na legislação para as Áreas de Preservação Permanente, não é suficiente para a manutenção das nascentes, que dependem da infiltração de água.

Elizon Dias Nunes é pesquisador da UFG (Foto: Sagres TV)

Os estudos de Elizon Dias já apontam, com detalhes, que as nascentes das regiões central e sul, mais urbanizadas na capital de Goiás, estão distantes de áreas verdes ou de preservação permanente. Muitas delas precisam sobreviver em meio à poluição e ocupação urbana. E nós fomos a uma delas.

A área da nascente da Córrego Tamanduá, em Aparecida de Goiânia, tem sido espremida pelo avanço da ocupação urbana e uma parte da área de captação já foi desmatada para a futura construção de um imóvel comercial. Depois de ver o entorno, o apresentador Rubens Salomão e o repórter cinematográfico Hebert Bruno foram encontrar a própria nascente. No caminho, muito lixo despejado, plástico, isopor, e uma diversidade de objetos.

Chegando na nascente, dá pra ver que ela tem marcas de degradação deixadas ao longo do tempo, um histórico de desmatamento e até algumas construções que deixaram parte das obras submersas. Cenários como esse prejudicam o chamado ciclo da água.

Na prática

Encontrar e preservar as nascentes é uma missão fundamental para a preservação dos cursos d’água e até da qualidade de vida nas cidades, mas a gestão pública, normalmente, tem atuação restrita à criação e manutenção de parques. O trabalho, na prática, depende de iniciativas independentes.

Depois de entender o que são e a importância das nascentes, o Agir Sustentável apreenta uma iniciativa que busca identificar e preservar a origem de córregos e rios. São os caçadores de nascentes, um projeto de extensão da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O professor Romualdo Pessoal Campos Filho (Foto: Sagres TV)

O trabalho foi iniciado pelo professor Romualdo Pessoal Campos Filho, que trata de geopolítica e analisa os conflitos pelo mundo que surgem por disputas territoriais e, principalmente, pela água. Segundo ele, o estudo sobre o contexto internacional em outros países motivou a pesquisa sobre as nascentes por aqui, perto da gente.

Romualdo detalha como ocorre a gestão das nascentes e como nasceu o projeto, que envolve professores e estudantes da UFG. O projeto de extensão tem trabalho conjunto com outro projeto que realiza, na prática, a recuperação de nascentes na região metropolitana de Goiânia: os Plantadores de Água.

Meirinalva Maria, mais conhecida como Meiri, é a presidente da ONG, que realiza ações de conscientização, como palestras em escolas e entrega de mudas, como essa que a gente acompanhou, no Lago das Rosas. Além, claro, da produção de mudas de árvores nativas do Cerrado para a recuperação de nascentes.

Os Plantadores de Água e outras organizações da sociedade civil participam dos debates sobre o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia. O arquiteto e urbanista Davi Finotti explica que a preservação das nascentes e dos cursos d’água tem de ser fundamental para o planejamento das cidades.

Plantadores de Água (Foto: Sagres TV)

As nascentes são, então, o começo da história de córregos e rios. E, nas cidades, a ocupação urbana tem ocupado grandes locais que, originalmente, são ocupadas pelos cursos d’água ou então formam as zonas de alagamento.

Entram em cena conceitos importantes como drenagem, resiliência urbana e cidades esponja, principalmente com as mudanças climáticas e a intensificação de eventos extremos. Um exemplo importante foram as enchentes no Rio Grande do Sul, em maio de 2024. E a drenagem é o assunto na próxima edição do Agir Sustentável, nesta segunda-feira (15), no canal da Sagres TV 26.1, na Rádio 730 AM, bem como pelo canal do YouTube do Sistema Sagres. Até lá!

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 06 – Água limpa e saneamento.

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