Aumento da sobrevida dos soropositivos e redução do número de transmissão de mãe para feto são pontos que podem ser comemorados no dia 1º de dezembro. Entretanto, a interiorização e feminilização do doença em Goiás exigem alerta  
Amanhã, 1º de dezembro, é comemorado o Dia Mundial de Combate a Aids. A história da Aids vem sendo alterada no País e para concretizar ainda mais o combate aos efeitos da doença o tema para este ano é “Viver com Aids é possível. Com preconceito não”. Pelo menos dois fatores podem ser comemorados: a terapia anti-retroviral tem retardado a evolução da infecção, melhorando a qualidade de vida dos doentes; e a quimioprofilaxia do recém-nascido com o AZT e sua alimentação desde o nascimento com a fórmula infantil têm reduzido a transmissão vertical (de mãe para feto).  
O perfil epidemiológico da Aids em Goiás vem se modificando desde os primeiros casos notificados no inicio da década de 80. Na primeira metade desse período, a Aids tinha como principais formas de transmissão: a sexual, entre homens que fazem sexo com homem; a sanguínea, por transmissão de hemoderivados e o uso de drogas injetáveis. No final da década de 80 e início dos anos 90, a epidemia assumiu um novo perfil com a transmissão heterossexual passando a ser a principal via de transmissão do HIV, acompanhada de uma expressiva contribuição das mulheres no aumento da incidência da epidemia (Ministério da Saúde, 2002).  
Em Goiás, foram registrados de 1984 até outubro de 2009, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 9.248 casos em adultos (maior de 13 anos). Nos últimos cinco anos a doença tem se mantido num patamar de aproximadamente 600 casos por ano. Enquanto a taxa de incidência de Aids por 100 mil habitantes no ano passado era de 7,04, no último semestre esse número caiu para 2,27*. Desse total 67% eram do sexo masculino e 32,96% do sexo feminino.  
Outro ponto de destaque na análise desse ano é o aumento da incidência no grupo feminino, que tem contribuído crescentemente com a epidemia no Estado. Uma vez que em 1988 para cada 11 casos notificados no sexo masculino havia 1 caso no sexo feminino; em 2006 essa proporção passou a ser de 1,5: 1; já em 2009 passou de 2 casos notificados no sexo masculino para 1 caso no sexo feminino, retratando que os trabalhos desenvolvidos de prevenção e conscientização das mulheres nos últimos 2 anos tem contribuído para alterar este perfil.