O cenário no Brasil no último ano  indica uma migração do desmatamento da Amazônia para o Cerrado. Os alertas no bioma central do país aumentaram 19% , segundo dados do Deter, sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O aumento é referente ao mês de fevereiro e é uma comparação com o mesmo período do ano passado.

Em contrapartida, o desmatamento na Amazônia caiu 30% em fevereiro de 2024, em comparação com fevereiro do ano passado. Os dados reforçam que o combate da devastação na Amazônia está sendo efetiva, mas especialistas argumentam que a mesma proteção não ocorre para o Cerrado.

Segundo os dados do Deter, o acumulado de agosto de 2023 a fevereiro deste ano revela 3.798 km² de vegetação nativa perdida no Cerrado, ou seja, um crescimento de 63% de desmatamento. O acumulado da Amazônia para o mesmo período na Amazônia é de 2.350 km², uma queda de 56% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Legislações diferentes

Mariana Napolitano, diretora de estratégia do WWF-Brasil, explicou que a preocupação ocorre por causa das leis de proteção que são diferentes para os dois biomas.

“Temos acompanhado com grande preocupação as tendências divergentes de desmatamento entre a Amazônia e o Cerrado. Pela fragilidade da legislação e dinâmica dos arranjos produtivos, o Cerrado tem sofrido perdas que dificilmente serão revertidas. O bioma é rico em espécies endêmicas, relevante pela quantidade de bacias hidrográficas e único pela diversidade de povos e tradições”, disse.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13  Ação Global Contra a Mudança Climática e o ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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