Hoje é o Dia Internacional da Mulher e, por isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do estudo Estatísticas de gênero – Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil. O retrato atual do país mostra que as mulheres pretas ou pardas participam menos do mercado de trabalho, gastam mais tempo em tarefas domésticas e são mais afetadas pela pobreza.
Os dados demonstram que esses grupos são mais atingidos pelas desigualdades na educação. Mas as mulheres pretas e pardas também são as mais afetadas nos indicadores de renda, trabalho e política. A maior participação delas aparece nos afazeres domésticos e atividades de cuidado de pessoas. A pesquisa é referente ao ano de 2022.
Naquele período, as mulheres dedicaram, em média, 21,3 horas semanais para atividades de cuidados e afazeres domésticos. Entre elas, as mulheres pretas dedicaram 1,6 hora a mais por semana nessas tarefas do que as brancas.
Com isso, então, também tiveram baixa presença no mercado de trabalho. Os dados do IBGE revelam que 73,2% dos homens estavam no mercado de trabalho em 2022, enquanto a taxa de mulheres ficou em 53,3%.
Estatísticas de gênero
As estatísticas mostram que a renda média das mulheres em 2022 era equivalente a 78,9% da renda dos homens. Além disso, 32,3% das mulheres brasileiras estavam abaixo da linha de pobreza, com renda de até U$6,85 por dia, critério utilizado pelo Banco Mundial. O recorte de gênero apresenta essa realidade para 41,3% das mulheres pretas ou pardas e para 21,3% das mulheres brancas.
A pesquisa apresenta dados gerais sobre empoderamento econômico, educação, saúde, vida pública e direitos das mulheres. Barbara Cobo, coordenadora-geral do estudo, destacou o motivo do recorte de pobreza, renda e atividades realizadas pelas mulheres.
“Sempre que possível, além do sexo, trazemos desagregação por cor ou raça e unidades da federação, buscando destacar outras características que, combinadas, podem gerar condições de vida específicas para mulheres, gerando desigualdades escalonadas”, disse.
Educação e trabalho
Em relação à educação superior, um dos aspectos da força de trabalho, a taxa das mulheres brancas de 25 anos de idade ou mais com nível superior era de 29% e entre as pretas ou pardas de 14,7%.
As mulheres representam mais da metade da população do país em idade de trabalhar. No entanto, a participação feminina no mercado de trabalho é de 53,3%, enquanto a dos homens chega a 73,2%.
“Há uma relação dessa diferença com o fato de as mulheres se dedicarem mais às tarefas de cuidados e afazeres domésticos. Isso impede que elas participem mais do mercado de trabalho”, disse André Simões, analista do estudo.
A informalidade entre as mulheres é de 39,6%, maior que a taxa entre os homens, que é de 37,6%. A taxa de informalidade entre as mulheres é de 45,4% para a população preta ou parda.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 05 – Igualdade de Gênero.
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