No dia que completou 78 anos, o Goiás comunicou o encerramento do departamento de futebol feminino, isso significou o fim da parceria com o Aliança, equipe que iniciou um projeto conjunto com o Verdão em 2020. O time deixaria de disputar o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino A2, que já foi iniciado. O clube esmeraldino tinha a vaga garantida por ter sido último campeão feminino estadual. Porém com a desistência, o Aliança ficou com a vaga goiana para competição nacional.

Vivendo uma crise financeira o Goiás comunicou o fim das atividades e como hoje está na Série B do Campeonato Brasileiro, não tem mais a obrigação de ter um time na disputa. Em contato com o Sistema Sagres de Comunicação, Patrícia Menezes, coordenadora do futebol feminino do Aliança explicou como foi o processo de desvinculação com o Goiás.

“Como na A2 a CBF convoca o campeão do estado, o Goiás tinha a vaga para poder disputar. Mas como caiu para Série B, o intuito deles agora é subir, e eles não querendo onerar, acharam por bem não participar da A2. Porque ia ter gastos, precisaria contratar jogadoras”, disse.

Entretanto, o Aliança pediu para que o Goiás pagasse as atletas e comissão técnica até o encerramento do contrato. O time fez um montante com o total previsto para o final do mês de junho – final do acordo. Além disso, a equipe disponibilizou o CT Coimbra Bueno, localizado em Aparecida de Goiânia, para que a equipe pudesse treinar.

Caso passem para a próxima fase do feminino A2, os custos serão arcados pelo próprio Aliança. Em contato também com a Sagres, o vice-presidente de futebol do Goiás, Harlei Menezes, confirmou os pagamentos. “As atletas tiveram todos os seus compromissos acertados. Nós fizemos o pagamento de tudo que era exigido em contrato e essas jogadoras estão livres para se empregar novamente no mercado”.

Foto: Luiz César / Aliança FC

Caso o Goiás volte para a Série A na próxima temporada será obrigatório que organize uma equipe feminina. Em relação a isso, Patrícia revelou que existe um acordo para retomada da parceria. “Harlei Menezes nos garantiu que essa parceria vai voltar ainda mais forte, porque para gente ir bem precisa de mais investimentos e o Goiás não tinha condição no momento”, explicou.

Harlei Menezes, reafirmou que o término do futebol feminino foi por motivos financeiros, mas ressaltou que o projeto vai voltar e espera “que muito rapidamente”.

“Nós não vamos tocar nenhum tipo de projeto feminino sem o Luiz César e a Patrícia, isso não existe. São dois gestores da nossa confiança, grandes profissionais, pessoas muito comprometidos. E sem dúvida nenhuma o projeto vai voltar a qualquer momento. Logo a gente retorna à Série A e o futebol feminino vai voltar”, afirmou Harlei.

O comentarista do Sistema Sagres, Charlie Pereira lamentou o encerramento do futebol feminino, mas ponderou que “não é segredo para ninguém que o Goiás atravessa problemas financeiros”.

“O Goiás teve que cortar muitas coisas, entre elas, o investimento no futebol feminino, nessa parceria que vinha sendo construída e que entrou em campo no Campeonato Brasileiro da Série A2 da temporada passada. Sem dinheiro, o Goiás precisou dar um passo atrás a quem sabe dar dois, três adiante”.

Foto: Luiz César / Aliança FC

Entretanto, Charlie complementou que ao voltar com o futebol feminino, o Goiás precisa ter uma estrutura independente para a modalidade. “Precisa buscar patrocínios, receitas para quem tenha uma estrutura própria, para não depender da realidade financeira do time principal […] Voltando à Série A é que a gente vai ter realmente condições de enxergar se o Goiás gosta do futebol feminino ou se ele faz só por obrigação”.

Mariana Tolentino é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a Unialfa sob supervisão do jornalista Vinicius Tondolo.