Sagres em OFF
Rubens Salomão

Amazônia tem junho com mais queimadas em 16 anos, segundo Inpe

Relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra alta de queimadas na Amazônia em junho, antes mesmo da estiagem na região. O bioma registra aumento expressivo no número de incêndios, já que, apenas em junho, foram 2.911 focos até a última sexta-feira (30). A quantidade de focos no período é a maior dos últimos 16 anos, só perdendo para junho de 2007, quando foram 3.519 queimadas.

O número medido pelo INPE para junho também está 13% maior do que a média para o mês (2.682 focos). Em todo ano, já foram registrados 8.180 pontos de fogo no bioma (também até o dia 30/06). Junho é considerado o segundo mês da estação seca na floresta tropical brasileira, mas, historicamente, ainda apresenta números relativamente baixos de queimadas. Os meses de maior estiagem – e mais fogo – são julho, agosto, setembro e outubro.

O estado do Pará é o principal responsável pela estatística ruim de fogo de junho no bioma da Amazônia. Conforme os dados do Inpe, o estado anotou em junho até o dia 28 um número de 614 focos, quase o dobro da média histórica mensal de 343. No primeiro semestre, a floresta teve 7.980 focos de calor identificados por satélites. O número está perto da média histórica, que é de 7.795.

inpe queimada amazônia
(Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

Inpe

As medições do Inpe e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) apontam ainda que o fogo na Amazônia é quase sempre por ignição humana e não acidental. Por se tratar de floresta úmida, o fogo ocorre para atividades de desmatamento visando o uso do solo para pecuária ou agricultura.

Fatores

Chuva frequente e acima da média na Amazônia costuma inibir a ocorrência de fogo, o que explica que os meses do chamado inverno amazônico sejam os de menor incidência de queimadas. Com a influência do El Niño e a perspectiva de chuva abaixo da média nos próximos meses, o cenário se tornará propício para uma maior ocorrência de incêndios.

Por estado

De acordo com a plataforma Sala de Situação da Amazônia, também do INPE, o estado com maior número de queimadas em junho foi o Mato Grosso, com 65% do total (1890 focos). Em solo mato grossense, 82% das queimadas aconteceram em áreas registradas como privadas e 12% em terras sem definição fundiária. Os outros 6% dos focos registrados aconteceram em Terras Indígenas e Assentamentos Rurais.

Ranking

Apesar de ser o maior responsável pelas queimadas na Amazônia, no contexto geral, o Pará ficou como segundo estado com maior número de incêndios, com 20% do total. Nesta unidade da federação, 61% das queimadas aconteceram em áreas declaradas como privadas, 15% em assentamentos, outros 15% em áreas sem definição fundiária. Houve ainda 3,6% em Terras Indígenas, 3% em Florestas Públicas e 2,4% em Unidades de Conservação.

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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