Em casa desde o dia 19 de março quando o Atlético Goianiense paralisou as atividades por conta da pandemia do coronavírus, o volante Edson se divide entre dois sentimentos de ansiedade. O primeiro é muito especial e vai mudar a rotina do atleta. A esposa Ariana está grávida e ao passo que aproveita o período de isolamento social com a família, também vive a expectativa com a novidade.
“É uma experiência única e eu estou muito feliz. Acho que é um dos meus melhores inícios de ano, conseguindo atuar bem e minha esposa grávida. Então estou aproveitando bastante esse momento, ainda mais sem treino e sem jogos, a gente aprender a dar mais valor em coisas que as vezes não percebemos no dia a dia da nossa carreira. Estou muito contente com a gravidez dela, que nosso filho possa vir com muita saúde porque vamos dar muito amor à ele”, comemorou.
À espera de Edson Filho, o jogador rubro-negro revelou à Sagres 730 que preferiu continuar em Goiânia por sua esposa estar agora no grupo de risco do contágio da covid-19. Natural de Touros, interior do Rio Grande Norte onde vive sua família, Edson mantém contato com os pais através de telefones e redes sociais.
Como mora em apartamento, improvisa exercícios na escada do condomínio e às vezes vai à um parque próximo quando não há grande movimentação de pessoas. Desta forma, a necessidade de ficar em casa por conta das medidos de combate à proliferação do coronavírus, faz com que a ansiedade para voltar ao CT do Dragão aumente.
“Estou muito ansioso para jogar, treinar e ter aquela adrenalina dos dias de jogos. Dentro de casa a gente fica um pouco preso, o que acaba sendo pesado mentalmente para os atletas. Nós esperamos que volte o mais rápido possível para que possamos fazer o que a gente gosta que é jogar futebol e entregar resultado para o clube”, disse.
Ao mesmo tempo que vive um grande momento na vida pessoal, Edson também comemora as boas atuação com a camisa do Atlético. Contratado no início da temporada, se tornou peça fundamental no time rubro-negro e para a grande maioria da crítica é uma das principais contratações da equipe para 2020.
Entretanto o bom desempenho nas 11 partidas que disputou até a paralisação das competições não tem mérito só dele. Segundo o atleta, as atuações são reflexos do ambiente que encontra no dia-a-dia do clube.
“Desde 2013 sempre tive bons começos e boas temporadas, mas aqui no Atlético está sendo uma situação atípica. O clube em si é muito família, com jogadores e comissão técnica unidos. Isso representa muito na vida do atleta, inclusive você fica mais feliz e disposto a treinar. Em termos de treinamento é o clube que mais trabalhei, de maior intensidade no trabalho. Geralmente alguns jogadores são relaxados quanto a isso, mas aqui não, está todo mundo com sorriso no rosto. Isso impacta muito no rendimento do jogador, então devo muito ao clube porque é muito organizado. O que floresce muito aqui é o conjunto, tanto jogadores como staff têm um mesmo objetivo (…) Eu atribuo ao ambiente de trabalho”, ressaltou.
Ao passo que vive ansiosamente o desejo que retomar os treinamentos, Edson também aguarda seu retorno à Série A do Campeonato Brasileiro. Depois de disputar a competição por Fluminense e Bahia, enfrentou o próprio Dragão na Série B em 2019 quando defendia a Ponte Preta. A experiência nos tricolores faz Edson acreditar numa boa campanha da equipe goiana na elite do futebol nacional.
“O Campeonato Brasileiro é muito exigente (…) Eu comparo o nosso grupo hoje com o do Bahia de 2017, já que eu cheguei lá na época de maneira parecida que cheguei aqui. O clube havia acabado de subir, manteve algumas peças importante e fez algumas contratações –eu estava entre elas. Nós fizemos uma campanha muito boa na Série A, inclusive classificando o Bahia para a Sul-Americana”, analisou.
“Temos um elenco qualificado, mas precisamos saber que vai ser um trabalho muito duro e difícil. Série A não é brincadeira e não nos possibilita escolher adversários porque todos são complicados (…) Eu acredito que o Atlético vai fazer um campeonato seguro. Por conhecer um pouco da competição, vejo que nós temos todas as ferramentas para fazer um torneio seguro e quem sabe ‘beliscar’ coisas maiores, não só a permanência. É passo a passo, primeiro o objetivo de deixar o time onde pegou e conforme for acontecendo, sonhar mais alto”, destacou o volante.
Por fim, Edson pontuou que a possível volta dos treinos na próxima semana não o deixa inseguro quanto ao contágio da covid-19. Ele reiterou a postura do companheiro de equipe, o goleiro Maurício Kozlinski, que em entrevista à Sagres 730 revelou se sentir “mais seguro em campo do que indo a um supermercado”.
“Eu concordo com a fala do Maurício porque no supermercado você vai ter uma rotação muito maior de pessoas que não conhece. Então se voltar os treinamentos agora com todos os cuidados e as orientações que o clube deve nos passar, eu acho que é mais seguro porque temos espaço ao ar livre e alternar grupos treinando e sem tanto contato a princípio. Acredito que ele foi muito feliz. Eu mesmo moro só com minha esposa, de casa eu vou para o treino e do treino para casa, não vou ter contato com ninguém. Então se os jogadores permanecerem com o contato somente dentro de casa, acho que não tem problema nenhum não”, concluiu o atleta.