A forte marcação paraguaia e a ineficiência ofensiva espanhola levava a crer que a Copa do Mundo 2010 teria a sua quarta prorrogação. Depois de dois pênaltis perdidos, um de cada lado, essa expectativa ficou maior ainda.

Porém os destaques individuais da fúria fizeram a diferença, e a Espanha venceu o Paraguai por 1 a 0 e a quarta seleção classificada para as semifinais da  competição.

O gol salvador foi novamente do atacante David Villa, já no final do segundo tempo. Foi o quinto gol dele na Copa, que o coloca agora como artilheiro isolado do torneio, com cinco gols.

Villa igualou a marca de Emilio Butrageño, que também fez cinco gols no Mundial do México em 1986 e é, agora junto com o atacante do Barcelona, o jogador que mais fez gols em uma só edição de Copa do Mundo. Villa ainda tem a chance de passar essa marca.

O jogador espanhol já somou oito gols na história da Copa do Mundo, superando, além de Butrageño, Fernando Hierro, Fernando Morientes e Raúl González, que também possuem cinco gols.

Enquanto o Paraguai retorna para casa, a Espanha agora vai enfrentar a Alemanha, em Durban, na próxima quarta-feira, às 15h30, na reedição da final da Euro 2008. O time espanhol retorna a figurar entre os quatro melhores do mundial depois de 60 anos, já que a última vez havia sido na Copa 1950, no Brasil.

MARCAÇÃO PARAGUAIA

As duas equipes adotaram a postura que já era esperada. A Espanha valorizava a posse de bola e o Paraguai reforçou a marcação. Entretanto a tática dos sul-americanos se sobressaiu a dos europeus. O time de Gerardo Martino adiantou a marcação e dificultava a saída de bola dos espanhóis, que pouco criaram. No primeiro tempo os goleiros não foram tão exigidos, já que as equipes erraram muito nas finalizações.

A melhor chance da primeira etapa foi com o meia da fúria, Xavi. Aos 29 minutos ele dominou com estilo na entrada da área e bateu de primeira, e surpreendeu Villar, que precisou se estivar para fazer a defesa. O Paraguai marcava forte, mas não aproveitava as chances de contra-ataque que tinha.

Nos momentos finais da primeira metade do jogo a Espanha insistia nas jogadas pelos lados com cruzamentos na área, mas sem sucesso. O Paraguai chegou a balançar as redes aos 41 minutos com Valdez, mas o árbitro guatemalteco, Carlos Batres, anulou o gol marcando impedimento do jogador.

COBRADORES SE DÃO MAL…

A Espanha voltou com mais vontade para o segundo tempo, porém encontrava dificuldades de trabalhar a bola no meio-campo e esbarrava na defesa paraguaia. A partida seguia com um ritmo mais fraco, porém aos 12 minutos as esperanças paraguaias foram reacendidas.

Após cobrança de escanteio para a equipe sul-americana, a bola sobrou dentro da área espanhola com Cardozo. O atacante dominou, mas foi puxado por Pique, e Carlos Batres não hesitou em marcar o pênalti. O próprio Cardozo foi para a cobrança, mas chutou mal no canto esquerdo de Casillas, que caiu bem e defender a melhor chance que o Paraguai teve para se classificar.

A dor pela perda da penalidade ficou maior no lance seguinte, quando Villa invadiu a área adversária e foi derrubado por Alcaraz, e o árbitro tratou de marcar o pênalti sem pensar muito. Xabi Alonso foi o cobrador, e fez o gol, mas o juiz mandou voltar a cobrança alegando invasão na área. Na segunda cobrança, o volante do Real Madrid cobrou no mesmo canto e Villar ficou com a bola, recolocando o Paraguai no jogo.

VILLA SALVA

Os pênaltis perdidos e a tensão crescente na partida acordaram os espanhóis, que a partir dos 20 minutos controlaram o jogo. A equipe europeia teve uma boa chance com Iniesta, e ainda chegou com Xavi. O Paraguai marcava com duas linhas de 4 atrás do meio-campo e tentava nos contra-ataques.

Porém a forte defesa da equipe sul-americana não conseguiu segurar o artilheiro da Copa. Aos 38 minutos Iniesta abriu para Pedro na direita. O atacante do Barcelona chutou forte e a bola bateu na trave, na sobra Villa apareceu para tocar com estilo para o gol. A pelota ainda bateu nas duas traves do goleiro Villar antes de ultrapassar a linha.

Com a vantagem no placar, a Espanha fez o seu jogo, com toques rápidos no meio-campo, e dando poucas oportunidades de o Paraguai ficar com a bola. O time de Gerardo Martino ainda teve uma boa chance aos 44 minutos com Barrios, que chutou para a defesa parcial de Casillas. No rebote Santa Cruz tentou o gol mas chutou em cima do goleiro.

FICHA TÉCNICA – PARAGUAI 0 X 1 ESPANHA

Local: Estádio Ellis Park, em Johanesburgo (África do Sul)
Data: 3 de julho de 2010 (Sábado)
Horário: 15h30min(de Brasília)
Árbitro: Carlos Batres (Guatemala)
Assistentes: Leonel Leal (Costa Rica) e Carlos Pastrana (Honduras)

PARAGUAI: Villar; Verón, Da Silva, Alcaraz, Morel; Santana, V. Cáceres (Barrios), Barreto (Vera), Riveros; Valdez (Santa Cruz), Cardozo
Técnico: Gerardo Martino

ESPANHA: Casillas; Sergio Ramos, Puyol (Marchena), Piqué, Capdevila; Busquets, Xabi Alonso (Pedro), Xavi; Iniesta, Torres (Fábregas), Villa
Técnico: Vicente del Bosque

Gols: Villa 38min 2°T (Espanha)

Cartões amarelos: Piqué, Busquets (Espanha) / Alcaraz, Morel Rodríguez, Jonathan Santana (Paraguai)