No final de 2019, o SARS-CoV-2 tornou-se a grande preocupação de todo o planeta. Em pouco tempo, a Covid-19, doença causada pelo então novo coronavírus, deixava um rastro de contaminados e de óbitos por onde chegava. A ciência precisou correr para criar uma vacina contra a doença, e os primeiros imunizantes ficaram prontos em meados de 2020.
Assista a seguir ao pODS #3 com as apresentações de Rubens Salomão e Rafael Rodrigues
Até então, demorava-se mais de 10 anos para uma vacina ficar pronta, enquanto a que combate a Covid-19 chegou aos braços das pessoas em meses. Goiás registrava, no dia 18 de janeiro de 2021, a primeira pessoa vacinada contra o novo coronavírus.
Mudanças como estas e as lições da pandemia para o sistema público de saúde no Brasil foram destaque do pODS #3 desta semana, podcast da Sagres alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
A médica infectologista Marília Turchi acredita que o legado da pandemia para o sistema público de saúde foi a rapidez com que as decisões precisaram ser tomadas diante da gravidade e transmissibilidade do vírus.
”Exigiu mudanças rápidas na área da saúde e em todas as áreas desse enfrentamento. Desde o receio, do desconhecido, o que é esse vírus, como se espalha, o que se tem para contê-lo. Eu diria que o grande legado foi a capacidade de rapidamente tomar uma série de medidas que permitissem reduzir a transmissão e melhorar o diagnóstico”, afirma Marília Turchi.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Flúvia Amorim, relembrou as primeiras ações tomadas pelo Centro de Operações de Emergências (COE) com a chegada do vírus a Goiás.
”Tivemos que aprender vivenciando aquele momento e o quão desafiador foi, porque a tomada de decisão, as universidades mundo afora foram muito ágeis na divulgação de trabalhos, de resultados de pesquisas, e isso era o que baseava as nossas decisões”, afirma. ”A gente precisava de um embasamento mínimo para tomada de decisões”, complementa Flúvia Amorim.
O grande número de pacientes que precisavam de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a falta insumos foi uma das preocupações com a chegada da pandemia, além do risco de contaminação dos próprios servidores da saúde.
”Máscara adequadas, roupas. Teve um primeiro em que era preciso orientar como se vestir adequadamente para o profissional não se contaminar, e não faltar material. Foram momentos em que, sobretudo no início, as ações precisavam ser feitas mas não havia ainda os insumos, testes. Esse é um grande legado”, reforça Marília Turchi.
Vacinação
Segundo o último boletim divulgado pela SES-GO nesta terça-feira (20), Goiás registrou 1.695.172 casos de Covid-19 desde o início da pandemia, com 27.522 mortes, 877.645 casos suspeitos, 352.560 descartados e 83 óbitos em investigação. Segundo a superintendente, a ciência foi a responsável por fazer com que a letalidade do vírus não fosse maior.
”A importância da ciência e dos pesquisadores em nossas vidas. Essa pandemia mostrou isso, se não fosse a ciência, essas pesquisas realizadas, a gente teria errado muito mais, teria perdido mais vidas”, avalia.
Ainda de acordo com o boletim, referente à primeira dose, foram 5.868.278 aplicações contra a Covid-19 em todo o Estado. Ao todo, 5.279.265 pessoas receberam a segunda dose, e 2.672.197 a terceira. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 55,70% já receberam uma dose da vacina.
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